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Danças e Tambores no Salmo 150 - Parte I




Um Estudo Baseado na Cronologia e Autoria do Período Pré e Pós Santuário de Salomão
por: Gilberto G. Theiss

Resumo

A finalidade deste estudo consiste em um primeiro momento, analisar as formas de adoração cúltica no antigo Israel nos períodos posteriores a saída do Egito quando Moisés, suscitado por Deus os libertou de seu cativeiro de quatrocentos anos. Descrever como alguns costumes Egípcios, no tocante à adoração, permaneceram enraizados no meio de Israel por longos tempos até o momento da intervenção de Deus descrita em 2 Crônicas 29:25-26, delineando a maneira como deveria ser estruturada a adoração após a inauguração do templo no período de Salomão. Com base nos costumes musicais e das celebrações religiosas do povo pré-Santuário de Salomão, contrastar com os costumes que passaram a se desenvolver em sua forma de adorar após especificamente a inauguração da nova expressão musical para o santuário. Com tais contrastes, o propósito é demonstrar que houve um progressivo abandono dos costumes egípcios com o objetivo de adotar as novas determinações dadas por Deus concedidas para a inauguração do templo. Com este passeio instrutivo no tempo, perceberemos que o Santuário havia se tornado, sem dúvida, o ponto central e fundamental para entendermos tal problemática. Portanto, através deste realce, entre estes dois períodos, pré e pós Santuário de Salomão, conseguiremos identificar com mais precisão o provável período em que o Salmo 150 fora escrito.

Palavras-chave: Salmo 150. Tambores. Bateria. Dança. Adoração. Culto. Liturgia. Música.

1Introdução
Em diversas discussões acerca da música cristã utilizada para a adoração a Deus, notadamente aquelas que tratam do uso ou não de instrumentos de percussão no culto, surge a questão acerca do Salmo 150, o qual, aparentemente, não apenas admite, mas ordena a utilização deste instrumento e das danças no louvor ao Senhor em Seu Santuário.

Comumente, este salmo tem sido utilizado como evidência para inserir, dentro do contexto da adoração contemporânea, as danças e os tambores (que em nossos dias se apresentam na forma de grupos de dança coreográfica e diversos instrumentos de percussão, inclusive a bateria, típica dos conjuntos de rock). Em demanda desta discussão é que se torna justificável uma avaliação mais criteriosa da estrutura e conteúdo supostamente dogmático do Salmo em questão contrastando-o com os períodos bíblicos e seus costumes subjacentes. Desta forma, além de resolver a questão em pauta, poderemos desferir os valores de implicação para os dias atuais absorvendo princípios que sejam relevantes para uma adoração efetiva que seja conivente com a verdade de um Deus sublime, grandioso, puro e santo. Tendo em mente que a experiência relatada pela Escritura a respeito da oferta de Caim (Gênesis 4:3-5) possui uma intensidade plausível e razoável do significado da adoração como uma resposta humana aos moldes da vontade soberana de Deus, devemos então traçar uma linha divisória entre gostos e vontades pessoais com a vontade divina. Assim como o dízimo, a adoração deve seguir parâmetros de devoção que estejam além dos desejos humanos e seguir fielmente os conselhos expressos na Escritura mesmo que sejam revelados de forma latente.

Ao longo deste artigo, será importante entender que a teologia nos apresenta que muitas verdades ensinadas pela Palavra de Deus podem ser expostas referencialmente ou inferencialmente, mas o fato de serem apresentadas de forma inferente, não significa que estas verdades perdem o seu espaço de valor e de objetividade. As subjetividades também apresentam significados que visam fortalecer princípios em detrimento de costumes pagãos amalgamados às culturas de cada época e lugar. A Bíblia é composta de veracidade como um todo, e tudo nela, expressa verdades e ensinamentos para todos os tempos e culturas. A Escritura e suas mensagens – por mais aborrecíveis que possam parecer a nós, pecadores, os seus ensinamentos – devem estar acima de qualquer conceito, cultura, pessoa, filosofia e ciência. Falando sobre este aspecto, bem ilustrou Colson ao afirmar que:

"A guerra cultural não é só sobre aborto, direitos dos homossexuais, ou o declínio da educação pública. Esses são apenas os conflitos. A verdadeira guerra é uma luta cósmica entre a cosmovisão cristã e as várias cosmovisões seculares e espirituais que estão em ordem de combate contra ela." (2000, p. 36).

E neste ínterim, nada está mais discretamente envolvido do que o conceito de adoração. Nesta luta, todos nós estamos envolvidos e na medida em que o ceticismo, naturalismo, relativismo, multiculturalismo, pragmatismo e o sincretismo, em suas variadas cores, vão crescendo e se espalhando, mais significativamente de nós será exigida uma fé incondicional na Palavra de Deus e em suas verdades. Bem expressou Billy Graham ao ser questionado a respeito de Jonas ter sido engolido por uma baleia. Sua resposta foi contundente ao dizer que: “Ainda continuaria crendo na Bíblia se ela ensinasse que Jonas é que havia engolido uma baleia.” O motivo deste adendo tem como foco principal, fortalecer nossa determinação em, não apenas exercitar a prática da pesquisa, mas também crer integralmente e sem restrições nas gemas de verdades encontradas nestas escavações, sejam elas objetivas ou subjetivas, referentes ou inferentes, fazendo bem ou fazendo mal – devemos aceitá-las incondicionalmente. Portanto, o tema, por si, se justifica quando levamos em consideração a onda de liberalismo cultual existente em nossos dias em favor do lavolunté humano em detrimento da vontade de Deus expressa em Sua palavra.

Leia este artigo na íntegra em: Música Sacra e Adoração



Por que ser diferente?

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Bateria - Por que escolhi evitar?

Leandro Dalla expõe, de maneira clara e respeitosa, seu posicionamento sobre o uso da bateria na música da igreja e as razões que o levaram a evitar. Assista o vídeo completo, examine o conteúdo e retenha o que considerar proveitoso. 

Palestra realizada na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Aveiro, Portugal, em 15 de setembro de 2018. Confira!

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A música no tempo do fim

Mensagem com Leandro Dalla, em 25 de novembro de 2017 na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Água Verde, em Curitiba, PR. Aproveite!

O que é adoração?

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De volta às Raízes - Entrevista com Fernando Canale

Autor do livro Adventismo Secular? fala sobre como a igreja pode evitar a perda de identidade.

O cristianismo atual vive uma crise de identidade. Entre as muitas causas desse fenômeno, encontra-se a exaltação das tradições humanas e dos conceitos pós-modernos de cosmovisão. O estudo da Bíblia e de suas doutrinas tem perdido espaço para a experiência sensorial e as mensagens existencialistas. É preciso se voltar para os fundamentos bíblicos da fé cristã e indagar qual é a finalidade de nossa existência como povo de Deus. Há algum tempo, o doutor Fernando Canale tem investigado esse problema e apresentado conclusões importantes acerca do assunto.

Nascido em Córdoba, Argentina, Fernando Canale tem um extenso currículo de serviços prestados à Igreja Adventista. Graduado em Teologia e Filosofia pela Universidade Adventista del Plata (UAP), em 1978 obteve seu mestrado em Filosofia pela Universidade Católica de Santa Fé e, em 1983, o doutorado em Teologia pela Universidade Andrews, Estados Unidos. Durante alguns anos foi pastor no Uruguai. Como docente da UAP, ministrou aulas nas faculdades de Pedagogia, Filosofia e Teologia. Em 1985 foi convidado a trabalhar como professor de Teologia e Filosofia Cristã ao lado do doutor Raoul Dederen, na Universidade Andrews, onde serviu até sua jubilação, em 2013. Atualmente, Fernando Canale tem atuado como professor emérito da Universidade Andrews.

Em sua opinião, o que constitui a “identidade adventista”? Quais são suas principais características?

A identidade adventista é o que nos distingue dentro do cristianismo, isto é, a identidade é a essência do adventismo, o que define sua existência. O assunto da identidade, portanto, toca na questão da contribuição que o adventismo dá ao cristianismo. Além disso, a identidade é essencial para responder aos tempos ecumênicos em que vivemos. Se não sabemos o que somos, dificilmente podemos evitar ser atraídos e assimilados pelo ecumenismo. Agora, o que define a existência do adventismo é sua teologia. Sem teologia não há identidade e, sem identidade, não há missão. A base fundamental da teologia adventista é o princípio Sola Scriptura, que está estabelecido na primeira crença fundamental do cristianismo.

A Igreja Adventista desenvolve sua teologia tomando por base, exclusivamente, os ensinamentos bíblicos. Os pilares do adventismo são aspectos fundamentais e gerais das Escrituras. Esses pilares são: a doutrina do santuário; a imortalidade condicional do homem; a lei de Deus, incluindo o sábado; e as três mensagens angélicas. Esses princípios gerais estabelecem os fundamentos macro-hermenêuticos sobre os quais o adventismo interpreta as Escrituras, constrói sua teologia, desenvolve sua identidade como igreja e concebe sua missão global.

Qual é a importância de se ter uma identidade denominacional?

Identidade tem que ver com o fato de ser uma pessoa ou coisa específica, determinada por um conjunto de traços ou características que a diferencia das outras. A identidade assume a existência de uma coisa ou sujeito, no nosso caso, a Igreja Adventista, e descreve as características fundamentais que a distinguem. Isso nos ajuda a entender que nossa existência é nossa identidade, a qual expressamos quando enumeramos as características que nos distinguem no mundo cristão e das religiões não cristãs.

Portanto, a existência da Igreja Adventista como denominação cristã implica a existência de sua identidade, ou seja, as características fundamentais que a definem como uma versão universal do cristianismo. Assim, o importante não é “ter” uma identidade, mas “reconhecer” nossa identidade, seja como membros ou como líderes. É de suma importância que todos reconheçamos e internalizemos a identidade bíblica do movimento a que pertencemos, porque disso depende a salvação e a missão da igreja e do cristianismo em geral.

Em seu livro, Adventismo Secular?, o senhor aborda algumas crises de identidade internas da igreja? O que o motivou a escrever sobre o assunto?

Em minha experiência como membro, pastor e professor de teologia, percebi que as novas gerações de nossa igreja, em vários lugares do mundo, passaram a entender a identidade adventista de diferentes maneiras. Essas novas formas de adventismo surgem de um abandono progressivo, ao longo de sucessivas gerações, do princípio Sola Scriptura, ao ponto de alguns rejeitarem a inspiração completa das Escrituras e do Espírito de Profecia. O princípio “somente pelas Escrituras” tem sido substituído pelo princípio das tradições humanas. Isso tem gerado uma reinterpretação do adventismo, de suas doutrinas, de suas práticas e de sua missão. Tudo isso tem mudado a maneira pela qual as novas gerações vivem o adventismo em sua prática diária.

Esse processo se estabeleceu devido a um progressivo “eclipse das Escrituras”, não somente em nível teológico-doutrinário, mas também em nível de liderança, pregação e espiritualidade das novas gerações de adventistas. Tudo isso se manifesta nos cultos, no momento da adoração, em que doutrinas e práticas que contradizem os ensinamentos e o espírito do adventismo bíblico original são introduzidas sorrateiramente. Felizmente esse não é o quadro geral da igreja nem o que se observa na maioria dos líderes e membros ao redor do mundo. Graças a Deus, a maioria está enraizada no princípio Sola Scriptura, que fundamenta a unidade espiritual e a missão da igreja. Meu livro Adventismo Secular? tem como objetivo apenas alertar nossos líderes locais e institucionais sobre a existência dessa interpretação minimizada do adventismo, para que juntos retornemos às Escrituras e superemos essa situação em todos os níveis da comunidade adventista global.

Quais são os principais motivos que levam a uma separação teológica e prática entre a vida diária do cristão e sua salvação?

As causas são muitas e de diferentes naturezas. Por exemplo, adventistas mais conservadores são doutrinários. Refiro-me aos que aceitam os ensinamentos da igreja, mas não estudam a Bíblia por si mesmos e, dessa maneira, não desenvolvem relacionamento pessoal com Deus. Para eles, o estudo da Bíblia e a teologia não são necessários nem para a salvação nem para a missão. O importante é proclamar o evangelho e batizar novos conversos. Estudar a Bíblia e se aprofundar nela é considerado perda de tempo. Somente a missão importa, isto é, pregar e batizar. Os teólogos são, para eles, aqueles que transmitem as doutrinas já conhecidas e aceitas às novas gerações. Essa abordagem causa separação entre a teologia e o estudo da Bíblia, a administração e a liderança pastoral da igreja. Na prática, teologia e missão se separam.

Outra causa de separação entre a teoria e a prática se deriva da “protestantização” do adventismo. Ela decorre da convicção de que o adventismo e o protestantismo concordam teologicamente em todas as doutrinas fundamentais e somente diferem em aspectos específicos e tangenciais, como a doutrina do santuário, a interpretação das profecias e o ministério profético de Ellen White. Nessa tendência generalizada, o ponto central é conceber a salvação como justificação (perdão dos pecados), excluindo a santificação, que é concebida como “fruto ou evidência” da salvação já apropriada na justificação. O importante, então, é receber a justificação, que ocorre quando respondemos à pregação da cruz. O estudo das Escrituras e da teologia não são necessários para a salvação, porque somente a prática é necessária.

Ainda outra causa que leva à separação entre a teoria e a prática é a especialização requerida pelo constante progresso na investigação das Escrituras Sagradas.

Considerando que essa problemática em relação à identidade da Igreja Adventista não é uma realidade mundial, qual deveria ser a nossa preocupação como líderes, pastores e membros na América do Sul?

Embora a Bíblia e o sistema teológico-doutrinário que nela encontramos sejam universais, o processo histórico de recepção tem sido mediado por diferentes pessoas com experiências distintas. Isso faz com que existam histórias regionais das quais deduzimos que a crise de identidade não afete o adventismo mundial de idêntica maneira. Meu livro Adventismo Secular? surgiu geograficamente, da experiência e da perspectiva da igreja nos Estados Unidos, e espiritualmente, da experiência em nossas instituições educacionais onde desenvolvi meu ministério. Isso me mostrou que existem grandes diferenças em relação à maneira com que a crise de identidade afeta a igreja em diferentes partes do mundo. Entretanto, nos últimos 20 anos, progressiva e rapidamente, as novas tecnologias começaram a encurtar as distâncias e, portanto, as diferenças que existem entre as pessoas.

Com isso em mente, sugiro que devamos ficar alertas, especialmente os líderes da igreja, quando ouvirem a apresentação da Palavra de Deus. Precisamos retornar à Bíblia no púlpito, no lar e, acima de tudo, na mente e no coração. Isso requer uma transformação espiritual e logística em nossa vida, um reavivamento e uma reforma pessoal e também denominacional. Ela deve estar no centro de nossa identidade como igreja que anuncia a breve volta de Jesus por meio da tríplice mensagem angélica (Ap 14:6-12).

O que os pastores podem fazer para recuperar e/ou fortalecer a identidade da igreja?

Concentrar seu ministério na compreensão, no crescimento espiritual e na aplicação do princípio fundamental do Sola Scriptura. Devemos continuar a revolução teológica e missionária iniciada pelos reformadores e pioneiros. Precisamos aceitar a responsabilidade que esse conhecimento nos confere para desenvolver o caráter de Cristo em nossa vida ministerial e na vida da igreja como comunidade e missão. Essa unidade em espírito e amor é a condição para a missão pela qual Cristo orou ao Pai antes da Sua crucificação (Jo 17:23).

Como podemos evitar o perigo de perder nossa identidade denominacional?

Não permitindo a inércia, a fusão de doutrinas nem o abandono dos princípios fundamentais da Palavra de Deus. Somente um retorno paradigmático profundo e espiritual às Escrituras como guia, fundamento e inspiração nos salvará da pressão ecumênica de nossos tempos, e nos permitirá cumprir a missão final neste mundo.

(Entrevista publicada originalmente na edição de julho-agosto da revista Ministério)

Testemunho de Ricardo Costa - Parte IV

Perto da igreja, longe de Deus (última parte)

por: Ricardo Costa

Em 2015, soube que teria um filho e esse fato me estremeceu. Naquele momento fechei os olhos e imaginei meu filho vivendo tudo aquilo que eu estava vivendo, perto da igreja, mas longe de Deus.

Meu filho veio para salvar meu casamento, pois nessa época, quase traí minha esposa com uma moça que conheci nas redes sociais. Minha razão parecia estar anestesiada. Mas minha esposa estava orando por mim, assim como também oravam os irmãos que considerava “chatos”, aqueles que sempre me aconselhavam a deixar aquele estilo de vida. Eles se preocupavam comigo. Enquanto alguns eram inconvenientes e queriam me ver afastado da igreja, outros me abraçavam. Havia um irmão que costumava dar "chutes morais" terríveis quando me encontrava, dizendo: “prefiro dar um empurrão que o leve a algum lugar, do que um abraço que o segure na situação em que está”.

Cheguei ao mais baixo nível de degradação moral, mas não tão profundo quanto no período de afastamento logo após o batismo, quando bebia e frequentava lugares inapropriados.

Conheci outros músicos adventistas que também levavam uma vida desregrada, com hábitos semelhantes aos meus, em maior ou menor grau. Eram músicos cristãos com os quais me aliei montando outras bandas para tocar em casamentos da igreja. Porém, durante os ensaios nos comportávamos como nas bandas seculares. Não bebíamos, mas os palavrões e os gestos obscenos eram iguais, mesmo sendo todos crentes em Jesus Cristo. Eu os amava, como irmãos meus, mas seus hábitos me incomodavam cada vez mais. Não entendia o porquê daquele incômodo e estranhamento, mas certamente era a ação do Espírito Santo em meu coração, como resultado da contínua oração intercessora de minha esposa.

Lembro que do dia em que meu menino nasceu, quando orei, envergonhado, pedindo a Deus que me livrasse de tudo o que estava me afastando dEle. Pedi ao Senhor que me concedesse forças para mudar o que estava errado, pois sozinho eu já havia tentado, mas sem sucesso. Tive inúmeras recaídas. O tempo passou e nada mudou.

Certo dia, fui a um evento onde estavam dois violonistas, Stenio Marcius e Diego Venâncio. Aquele foi dia foi especial. A simplicidade dos arranjos com voz e violão e as letras bíblicas me impactaram profundamente. Ao refletir, derramei um oceano de lágrimas ali mesmo. Sentia meu coração arder e parecia que o mundo estava saindo de dentro de mim por meio das lágrimas.

Passaram-se meses e já não havia o mesmo prazer em fazer meus solos de guitarra. Senti o desejo de adquirir um violão clássico para fazer minhas próprias músicas. Sempre compus rock, mas naquele momento tive vontade de pegar a bíblia e cantar o que estava escrito ali. Com um violão, eu me aproximaria do timbre acústico limpo e dedilhado das harpas e das liras contidas nas escrituras. Assim nasceu uma composição chamada "O tempo de uma vida".

A guitarra já não me encantava. Eu a vendi e logo também me desfiz de todo o equipamento profissional que possuía. A aquisição daquele equipamento quase levou minha família à falência, pois pretendia dar a Deus o meu "suposto melhor". Mas agora eu estava me desapegando do rock e de tudo o que estava associado a isto. Ao ligar meu notebook, experimentei uma sensação de vergonha ao encontrar tantas pastas de arquivos com músicas de bandas de heavy metal. Curiosamente, meu notebook queimou e fiquei dias e dias sem acesso àqueles arquivos. Deus estava iniciando uma limpeza em minha mente. Essa desintoxicação ocorreu aos poucos, mas não sem sofrimento. Deus estava me resgatando do meio da lama, porém, havia ainda muita poluição acumulada em mim. Adoeci gravemente por conta da ansiedade, mas logo decidi abraçar a mensagem de saúde pregada pela Igreja Adventista. Minha saúde foi restabelecida, o problema com a ansiedade foi curado e minha pressão arterial foi regularizada.

A chegada do meu filho me despertou. Deus me orientou a ser um bom sacerdote do lar e a dar exemplo ao meu filho. Deixei a banda de rock gospel e abandonei a guitarra elétrica. Adquiri um violão clássico e, ao abrir minha bíblia, percebi que ali estava a inspiração para as minhas músicas. Compus aproximadamente vinte músicas quase que instantaneamente e Deus foi a minha inspiração, pois nunca estudei violão clássico. Foi maravilhoso experimentar esse milagre pela primeira vez.

Dediquei muito tempo à leitura das escrituras e também à audição de inúmeras outras músicas saudáveis. Sem dúvidas, as músicas e os materiais sugeridos pelo blog Música e Contemplação me ajudaram muito ao longo desse processo de renovação. Graças a Jesus Cristo, encontro prazer ao ouvir boas músicas por horas e horas. Deus tocou meu coração e me conduziu a apreciar antigas gravações do quarteto Arautos do Rei, músicas mais saudáveis e edificantes. Tive acesso também ao trabalho de Luiza Spiridon, cantora adventista romena que produz músicas sacras que muito me edificam. Hoje, estou à frente de um novo projeto musical chamado A Pontte, onde utilizo o violão e canto ao lado da mezzo-soprano Ianna Ingrid. Cantamos hinos salutares que propagam a fé em Cristo, com letras sempre bíblicas, pois “a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17).

Minha paixão por guitarras elétricas se converteu em uma paixão pela Palavra de Deus. Costumava passar horas e horas estudando guitarra, chegando a praticar por quase dez horas ininterruptas, numa época em que possuía uma bíblia danificada por cupins e muitos instrumentos novos. Hoje tenho muitas bíblias que me acordam antes do sol nascer todos os dias e um único instrumento, um violão clássico simples. Peço a Jesus Cristo que me faça um instrumento poderoso nas mãos DEle para Sua honra e glória!

“Foi-me mostrado que a juventude deve assumir um padrão elevado e fazer da Palavra de Deus seu conselheiro e sua guia. Solenes responsabilidades repousam sobre os jovens, às quais consideram levianamente. A apresentação de música em seus lares em vez de conduzir à santidade e espiritualidade tem sido um meio para afastar as mentes da verdade. Canções frívolas e música popular do dia parecem adequadas ao seu gosto. Os instrumentos de música tem tomado o tempo que deveria ser devotado à oração.” (Testemunhos para a Igreja, vol. 1, págs. 496 e 497).

Acesse também as partes 12 3 deste testemunho. 

Testemunho de Ricardo Costa - Parte III

Perto da igreja, longe de Deus (terceira parte)

por: Ricardo Costa

Iniciei um projeto como arranjador e diretor musical em uma banda formada para tocar na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Meu objetivo era praticar a orientação da escritora Ellen G. White nos seguintes textos: 

“E que o canto seja acompanhado de instrumentos musicais habilmente tocados.” (E.G.W., Testemunhos, vol. 9, p. 144) 

"Que haja auxílio, se possível, de instrumentos musicais [...].” (E.G.W., Obreiros Evangélicos, p. 325). 

Contudo, em minha interpretação pessoal despreocupada e superficial dos textos acima, não havia preocupação sobre quais instrumentos e quais gêneros musicais utilizar na adoração a Deus. Estes conselhos poderiam ser aplicados a todo e qualquer gênero musical popular e seus respectivos instrumentos característicos, sem nenhuma atenção para os princípios bíblicos e as diretrizes sobre a forma de adoração agradável a Deus. 

Os músicos se empenhavam em fazer o seu melhor com os melhores instrumentos, mas as coisas tomaram outro rumo. Eu criava arranjos de rock com muitos riffs de guitarra e este modo de tocar exigiu a presença de uma bateria nas músicas, para que o ritmo fosse evidenciado. Em pouco tempo tínhamos uma bateria completa na banda da igreja e o gênero rock era utilizado de forma livre nos cultos de adoração. 

O projeto com a banda cresceu, conquistando certa fama entre as igrejas naquela região. Éramos amados e odiados ao mesmo tempo, pois enquanto algumas igrejas nos chamavam sempre para "animar" os cultos, outras nos repudiavam veementemente. Recebíamos vários convites para tocar em casamentos de membros da igreja, o que parecia ser algo bom. Porém, os casais sempre demonstravam uma forte preocupação em agradar seus convidados, mas não em agradar a Deus. Nessas festas de casamento o repertório era  composto por 90% de músicas seculares e 10% de rock gospel, ou qualquer outro gênero de música popular com letra cristã. 

A essa altura, eu estava imitando e pesquisando sobre os guitarristas do universo do metal. Tinha a guitarra dos meus sonhos e um equipamento profissional. Buscando superação, crescimento técnico na guitarra, mergulhei mais e mais fundo no mundo do rock pesado. 

Gostava de ouvir todas essas bandas de heavy metal após tocar nos cultos da igreja. Convencia a mim mesmo de que não haveria problemas em ouvir tais músicas após os cultos, pois eu ouvia tudo aquilo “profissionalmente”, apenas com o objetivo de me aprimorar e dar a Deus o meu melhor. 

Aquela parecia ser uma justificativa honesta e convincente, mas será que "o meu melhor para Deus" era aquilo que eu estava a fazer realmente? Deus desejaria mãos habilidosas nas escalas da guitarra e na linguagem do rock ou, ao invés disso, um coração devoto a Ele? Acreditava cegamente que poderia unir as duas coisas, mas na realidade são incompatíveis. 

A linguagem e a estética do rock colocam o músico num pedestal para ser admirado e adorado em lugar do Senhor. Por anos, fiz dos púlpitos da igreja o meu palco. Que o Senhor me perdoe, em nome de Jesus Cristo!

[Continua...]

Acesse também a Parte 1 e a Parte 2 dessa história. 

Bem de Manhã

Trio Doxa interpreta o hino "Bem de Manhã". A música faz parte do CD Doxa, produzido em 2017. Aproveite!

O mundanismo que invade a igreja

por: Michelson Borges

Recentemente, meu amigo Matheus Cardoso escreveu em sua página no Facebook: “O que chamamos de mundanismo e liberalismo: maquiagem, joias, cinema, bateria, rock (sic), dança, pregar sem terno e gravata. O que jovens adventistas praticantes estão aprendendo: feminismo, aborto, ideologia (sic) de gênero, movimentos sociais, direitos humanos (sic), relativismo, pluralismo, marxismo, releitura sociológica da Bíblia. Enquanto combatermos práticas que poderiam ser desafios 30, 40 anos atrás, o que realmente é mundanismo e paganismo continuará entrando na igreja e acharemos que são apenas pontos de vista inofensivos.”

Há dois anos fui convidado a apresentar uma palestra sobre cinema em uma igreja grande, com muitos jovens. De fato, em meu livro Nos Bastidores da Mídia, há um capítulo dedicado a esse assunto, mas, naquela ocasião, entendi que deveria tratar de um problema ainda mais grave. Dediquei uns dez ou quinze minutos ao tema do cinema e todo o restante do tempo utilizei-o para falar sobre séries. Enquanto alguns continuam a “bater” no cinema (e não estou dizendo com isso que sou a favor da ida a esse ambiente), milhões de cristãos viram noites assistindo episódio após episódio, em verdadeiras “maratonas de séries”. Alguns admitem publicamente nas redes sociais serem fãs de produções que exaltam o incesto, a violência gratuita, o lesbianismo e o estupro, como é o caso da incensada “Game of Thrones”. Na tela de seus tablets e celulares, jovens desperdiçam horas e horas que deveriam ser dedicadas à leitura, à oração e mesmo ao repouso do sono. Um tempo exagerado enchendo a mente com as ideias dos produtores de séries ávidos por uma plateia viciada e lucrativa. Horas e horas aprendendo sobre o verdadeiro “mundanismo”. O mundo mudou rapidamente e o problema definitivamente entrou em nossos lares. 

Creio que ainda precisamos tratar com sabedoria, tato e prudência do “velho mundanismo”, sem nos esquecer do novo, que tem causado estragos imensamente maiores, pois se trata de ideias, conceitos, filosofias que estão mudando profundamente a mentalidade dos cristãos, criando uma geração de crentes relativistas desconectados da Bíblia. Uma nova geração de crentes ideologizados e desdoutrinados que cumpre à risca a triste profecia de Jesus: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8). Afinal, como desenvolver fé (confiança) em Deus se não passamos tempo com Ele? Como desenvolver fé se nossa mente é inundada de conceitos que atentam contra ela? Como ter fé em quem com o tempo tem Se tornado um ilustre desconhecido para pessoas que mais e mais se tornam ateias funcionais?
O mundanismo continua entrando na igreja, mas desta vez a coisa toda é tão mais sutil e complicada que chega a dar saudade do tempo em que o problema eram a maquiagem e a bateria. Quem disse que os últimos dias seriam fáceis?
Fonte: Outra Leitura

Testemunho impressionante de um ex-satanista

No vídeo a seguir, Michelson Borges apresenta o testemunho de Gabriel Guilherme Estêvão, um ex-satanista. Revelações impressionantes sobre o grande conflito entre Cristo e Satanás, sobre o poder da contemplação na mente humana e sobre as estratégias de Lúcifer por meio das revoluções ocorridas no século XX, inclusive uma revolução musical. Aproveite!

Testemunho de Ricardo Costa - Parte II

Perto da igreja, longe de Deus (segunda parte)

por: Ricardo Costa

O hábito de consumir músicas do gênero heavy metal fez com que, em pouco tempo, formasse minha primeira banda secular de rock pesado. 

Os pais de minha namorada permitiam que eu a encontrasse somente aos sábados à noite. Então, pedi a eles permissão para levá-la aos cultos de quarta-feira na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em pouco tempo, ela tomou sua decisão pelo batismo. Este acontecimento me fez repensar sobre o repertório secular que tocava com minha banda. Logo, optei por ensaiar somente músicas do gênero rock gospel. Como ouvinte, mergulhei fundo no universo das bandas de white metal (heavy metal cristão), e procurava tocar tudo o que ouvia, sem nenhuma instrução formal sobre música, mas de modo totalmente intuitivo. 

Costumava usar uma guitarra emprestada até o ano de 2007, quando ganhei minha primeira guitarra elétrica, um presente de minha mãe. Era um instrumento bem simples, mas foi com essa ferramenta que consolidei meu desejo de ser guitarrista de heavy metal. Nessa época eu consumia músicas ainda mais pesadas e brutais, subgêneros do heavy metal

Semelhante ao que ocorre com o consumo de drogas, há uma evolução no processo de consumo de músicas rock ou metal. O organismo acostuma com os estímulos das drogas mais “leves” e, logo, exige drogas cada vez mais pesadas, com estímulos mais fortes. Ninguém fuma maconha por achar “saboroso”, mas pela sensação prazerosa de relaxamento profundo que a droga proporciona. Assim também acontece com o rock. Ninguém ouve músicas pesadas porque considera belo ou bem feito, mas porque estimulam sensações de prazer, euforia e agressividade. Quem ouve rock ouve porque se sente bem, porque gosta do efeito provocado por neurotransmissores como noradrenalina, serotonina e dopamina liberados no cérebro quando expostos ao ritmo e som desta música. 

É bem verdade que toda música produz a liberação de algum tipo de hormônio no ouvinte. Com certeza, há músicas saudáveis que promovem saúde psíquica e física. Há inúmeros estudos sobre isso. Recomendo a leitura dos livros “Cristãos em Busca do Êxtase” de autoria, do Pr. adventista Vanderlei Dorneles, e “O Debate Sobre a Música Cristã” de autoria do Pr. batista Tim Fisher. Também indico alguns materiais disponíveis gratuitamente em PDF, como os excelentes livros “Música, Reverência e Adoração” de Leandro Dalla, e “Sob a Regência de Deus”, de Daniel Azevedo. Leia esses livros, pois certamente serão úteis para uma adoração reformada e agradável a Deus. 

Eu consumi desde as baladas rock dos anos oitenta até o pesadíssimo Korn. Minha namorada e eu éramos bons amigos que ouviam heavy metal juntos. Após três anos de convivência, nos casamos em 2010, mas continuamos sendo parceiros em apreciar músicas pesadas. Porém, minha esposa orou muito, intercedendo por mim ao perceber minha terrível condição. Eu estava literalmente com "overdose" de rock e minha moral foi quase completamente destruída. 

No ano de 2014 participei de uma banda na igreja, com a intenção de trabalhar nos arranjos. Nem todos os irmãos sabiam que eu tinha uma banda secular de heavy metal, ou seja, que vivia uma vida dupla. 

Nessa mesma época, um amigo me convidou para cantar primeiro tenor em um quarteto, semelhante aos Arautos do Rei. Nas bandas seculares, procurava imitar cantores que atingiam notas agudas. Assim, concordei em cantar no quarteto para aprimorar minha técnica e melhorar a performance na banda de rock secular. Porém, posso dizer que cantar naquele quarteto foi algo que me ajudou a permanecer na igreja. 

O diretor do quarteto escolhia músicas antigas dos Arautos do Rei, pois considerava muitas das produções recentes como algo comercial e irreverente. Confesso que ao ouvir pela primeira vez a canção “Te erguerei”, apreciei muito, pois era um gênero musical de que gostava. O interessante é que nunca me concentrava na letra da canção, mas gostava mesmo era do balanço, do “swing”, da batida constante no arranjo. 

Honestamente, permanecer cantando naquele quarteto me fez bem, pois me forneceu uma base musical saudável. Deus certamente usou aquele amigo que me convidara para cantar.  

Cavalgar os ventos da manhã

Aprecie mais uma produção musical da instituição de ensino Fountainview Academy. Confira!

Testemunho de Ricardo Costa - Parte I

Perto da igreja, longe de Deus

por: Ricardo Costa

“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Jeremias 29:11 

Andei pelo caminho da música achando que estava agradando a Deus, mas na verdade, estava agradando a mim mesmo e desonrando ao Senhor.

Nasci em um lar não cristão. Meus pais nunca me ensinaram nada a respeito do cristianismo. Somado a isto, fui educado também por minha avó materna que era “mãe de santo”. Isso impactou a nossa família negativamente, pois tanto eu quanto minha irmã fomos expostos ao ocultismo e a certas cerimônias.

Desde cedo fui exposto às músicas heavy metal que um vizinho ouvia em um volume muito alto. Todos os dias à tardinha, religiosamente, minha mãe ouvia a rádio da cidade que tocava os “inocentes” flashbacks. Eram os anos 1980, época em que a música se tornou muito sensual. 

Até o fim dos anos 1990, costumava ouvir música sertaneja na casa da minha avó materna, e também boleros com meu avô paterno. Minha primeira namorada curtia pop music. Permanecia ouvindo e sendo influenciado por todos esses gêneros musicais. Na adolescência, meu interesse cresceu pelas músicas que minha mãe ouvia, de Elton John a Scorpions. Como não era possível ouvir as músicas dos álbuns individualmente, passei a comprar todos os CDs dessas bandas com o intuito de ouvir somente as “baladas”. Mas quando percebi, estava a apreciar mais as músicas pesadas do que calmas.

Certa vez, aos onze anos, entrei em uma tenda evangelística da Igreja Adventista do Sétimo Dia achando que fosse um circo. Fui batizado três anos mais tarde. A música da igreja, na época, era diferente de tudo o que eu estava habituado a ouvir em diferentes períodos ou lugares. Realmente, nada se assemelhava às músicas cristãs adventistas, mas com o passar dos anos isso mudou muito, infelizmente. Ao cantar as músicas do hinário adventista, sentia certa dificuldade técnica, algo como ardência na garganta. As mensagens musicais especiais soavam parecidas com as baladas dos anos 1980 que minha mãe ouvia. Essa semelhança me deixava incomodado com a produção musical da igreja e preferia ouvir as baladas seculares originais. 

Aos quinze anos, conheci outros estudantes da minha idade que tocavam violão. Nos reuníamos no pátio da escola técnica durante os intervalos e ali eles tocavam todo o tipo de balada rock. Aquilo me encantava, apesar de já estar batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia há mais de um ano. Eu desejava aprender a tocar violão para impressionar minha namorada. 

Durante o curso técnico tive acesso ao meu primeiro violão. Guardei o dinheiro do lanche por seis meses e comprei um péssimo violão, mas era aquele o instrumento que despertaria em mim o prazer em tocar. Mais adiante eu o vendi e adquiri um novo violão com cordas de nylon, ruim também, porém confortável. Eu sempre quis uma guitarra elétrica. Tocava o violão de olhos fechados me imaginando com uma Gibson Les Paul semelhante àquela usada pelo guitarrista da banda de rock Guns'n'Roses. Mas um instrumento como aquele era algo surreal, caríssimo na época. 

Depois de um ano de batismo, já estava desviado. Na verdade, ia à igreja esporadicamente e me encontrava mergulhado no rock. Ouvia a banda Linkin Park durante o sábado, até a hora de ir ao programa JA [reunião de jovens adventistas realizada nas tardes de sábado]. Quando voltava para casa, continuava a ouvir as mesmas músicas. Largava a bíblia num canto e preferia ler os encartes dos CDs. Em pouco tempo, formaria minha primeira banda secular de heavy metal. 

[Continua...]

A influência de Rick Warren

por: Filipe Reis

Ao longo das últimas décadas, uma figura assumiu predominância impressionante na cena religiosa americana: Rick Warren, o pastor evangélico de uma mega-igreja na Califórnia, cuja influência vai muito para além do seu rebanho mais próximo, chegando até junto de outros líderes religiosos, senadores, congressistas e presidentes americanos.

No âmbito da influência generalizada que Warren conseguiu atingir, talvez o maior ex libris dessa preponderância seja o seu livro “The Purpose Driven Church”, traduzido para português como “Uma Igreja com Propósitos” e também publicado em mais de 30 outras línguas. Dirigido essencialmente a pastores e líderes religiosos, o livro recebeu aclamação global em todo o espetro evangélico.

Pessoalmente, e tentando resumir a crítica a curtas palavras, direi que a proposta do livro – e consequentemente do pensamento de Warren – foca-se nas pessoas, no seu (suposto e presumido) bem-estar espiritual, quando se deveria centrar na Bíblia, a Palavra de Deus. Como resultado, o que importa não é uma mudança de vida – que dito de outra forma seria aflição pelo pecado, arrependimento e conversão – mas sim o “sentir-se bem” consigo mesmo, com os outros e com Deus, isto sem necessariamente mudar a inclinação do coração.

No conceito explanado por Warren, o crescimento que perpassa como o que mais importa é o dos números (quantidade) na igreja, em vez da espiritualidade (qualidade) do crente. Pratica-se uma espécie de arrebanhamento que funciona só por si, sem necessitar de clara definição de princípios ou valores. Infelizmente, muitos na Igreja Adventista não foram capazes de se mostrar estanques a este tipo de nova teologia, que encontra muitos pontos em comuns com movimentos do tipo “igreja emergente” ou “nova era”.

Muitos, largas centenas mesmo, foram os pastores adventistas que frequentaram as formações de Rick Warren, trazendo para a nossa igreja um tipo de pensamento que, embora agradável na aparência, se mostra um grave perigo na sua essência e influência a longo prazo – um dos problemas é que torna sem sentido, neutraliza por completo as distintas e especificas mensagem e missão do adventismo do sétimo dia.

Depois, e para agravar o caso, foram muitos os membros que correram às livrarias para comprar os livros de Rick Warren, um exemplo prático da consternação de Ellen White quando escreveu:

“Dói-me o coração quando vejo homens – até mesmo aqueles que professam esperar a vinda de Cristo – dedicando seu tempo e talentos à circulação de livros que não contêm nada acerca das verdades especiais para nosso tempo – livros de contos, de biografias e de teorias e especulações humanas.” Fundamentos da Educação Cristã, p. 123

Ainda assim, podemos hoje fazer algo de útil e benéfico: observar atentamente para perceber o que aconteceu nas igrejas cristãs americanas depois que aprenderam, absorveram e colocaram em prática os conceitos expostos no supracitado livro de Rick Warren. Serve para nossa reflexão, pois olhar o passado ajuda a preparar e prevenir o futuro.

Faço um curto apanhado prático do que mudou nessas igrejas, algo que pode ser facilmente constatado pelo observador atento. Posso ser entendido como demasiado generalista, mas creio estar a ser bastante rigoroso na descrição que farei.

  • Mudança no estilo de música, de clássico para contemporâneo, incluindo rock
  • Substituição de órgão e piano por instrumentos de banda, alguns pesados
  • Desaparecimento gradual de hinários e de grupos corais
  • Canto prolongadamente repetitivo, principalmente ao nível das letras
  • Vestuário informal, até descuidado, tomou o lugar do clássico
  • Desvalorização da organização eclesiástica (incluindo eliminação de Conselhos – de anciãos, diáconos – e órgãos administrativos tradicionais)
  • O pastor passou a centrar em si todas as responsabilidades
  • Não há relatórios nem “prestação de contas” aos membros da igreja; isso fica reservado para o círculo mais próximo e restrito dos poucos colaboradores do pastor
  • Programas especiais – tipo missionários – foram diminuindo, em alguns casos cessaram
  • Reuniões de oração passaram a ter mais música (o chamado “louvor”) e pouca ou nenhuma oração
  • A decoração da igreja é o mais minimalista possível, sendo removidos todos os adereços – como cruzes, etc. – tradicionalmente religiosos/cristãos
  • O púlpito foi retirado; o pregador fala num cenário idêntico a um qualquer auditório de palestras
  • Caem em desuso as versões antigas da Bíblia, privilegiando-se as versões modernas
  • Ainda assim, raramente a Bíblia é aberta e lida; o normal, quando acontece, é uns escassos versos serem brevemente mencionados ou projetados.
  • A palavra “igreja” é frequentemente substituída pela palavra “comunidade”
  • Os jovens são essencialmente incentivados ao entretenimento, à diversão; são quase inexistentes as classes bíblicas, tipo as “escolas dominicais”.
  • Os discursos tratam sempre de aceitação, tolerância, entendimento, ausência de conflito (seja terreno ou celestial)
  • São raras ou inexistentes as menções à existência do mal, conforme a Bíblia o expõe
  • Não há apelos a arrependimento ou conversão, nem durante ou no final dos serviços
  • Não se faz referência especial a salvos e perdidos, mas sim a “frequentadores de igreja” e “não frequentadores de igreja”

Esta não é uma descrição gratuita, parcial e tendenciosa; é o constatar do que resultou a adoção de ideias, conceitos e filosofias que residem numa nova espiritualidade, não a bíblica que fere até converter e transformar, mas uma que agrada ao sentimento corrompido do coração humano, convencendo-o de que ele é bom, está bem e, lá no fundo, Jesus sempre nos aceitará como estamos.

Leia com atenção:

“Tem sido o costume exaltar livros e autores que não apresentam o devido fundamento para a educação verdadeira. De que fonte esses autores obtiveram sua sabedoria, uma grande parte da qual não merece nosso respeito, mesmo que os referidos autores sejam tidos por sábios? Obtiveram suas lições do maior Mestre que o mundo já conheceu? Se não é assim, estão incontestavelmente em erro.” Ellen White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 381

Não, Rick Warren não recebeu a sua sabedoria do Deus da Bíblia. E como ele, há outros “evangelistas” modernos – normalmente não adventistas – cujos ensinamentos recebem um tratamento privilegiado da nossa atenção, quando deveriam receber a maior repulsa.

Recuperando um texto anteriormente mencionado, o que faria magoar seriamente o coração a Ellen White seria verificar que muitos daqueles aspectos listados atrás já acontecem hoje nas igrejas adventistas, o que não aconteceria se apenas a Bíblia e as inspiradas mensagens proféticas fossem as nossas únicas fontes de sabedoria e esclarecimento.

“Nada há mais apropriado para fortalecer o intelecto do que o estudo das Escrituras. Nenhum outro livro é tão poderoso para elevar os pensamentos, para dar vigor às faculdades, como as amplas e enobrecedoras verdades da Bíblia. Se a Palavra de Deus fosse estudada como deveria ser, os homens teriam uma largueza de espírito, uma nobreza de caráter e firmeza de propósito que raramente se veem nesses tempos.” Ellen White, Aos Pés de Cristo, p. 90

Isto é tudo o que precisamos; o resto, é terreno encantado pelo inimigo da verdade.

Está consumado!

"Cristo não entregou Sua vida antes que realizasse a obra que viera fazer, e ao exalar o espírito, exclamou: “Está consumado”. João 19:30. Ganhara a batalha. Sua destra e Seu santo braço Lhe alcançaram a vitória. Como Vencedor, firmou Sua bandeira nas alturas eternas. Que alegria entre os anjos! Todo o Céu triunfou na vitória do Salvador. Satanás foi derrotado, e sabia que seu reino estava perdido." O Desejado de Todas as Naçõs, pág. 537. Aprecie a história de Jesus cantada por Advent Heralds. 

Quero estar ao pé da cruz

No vídeo a seguir, produzido por TV Terceiro Anjo, o jovem violonista Christopher Martins interpreta este conhecido hino cristão composto por Fanny Jane Crosby (1820-1915). Aproveite! 

Jesus está esperando

Música sacra instrumental com o violinista Marcos de Lazzari. Aprecie este belo arranjo para o hino "Jesus está esperando". Confira!

Uzá e a Arca de Deus

Mensagem de Malton Lindquist sobre adoração apresentada em 24/02/2018 na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Nova Parnamirim, RN. Confira!


Quando Eu Observo

"Quando Eu Observo" fala sobre quando observamos a cruz maravilhosa onde nosso Salvador demonstrou Seu imensurável amor por nós, um sentimento de tristeza e amor ocorrem por tal ato realizado. Se fosse nos dado todo o reino, isso seria uma oferta muito pequena. Advent Heralds interpreta essa música no Vale de Cedron. Confira!


Cristo no Horto

O vídeo a seguir traz um arranjo instrumental para o hino "Cristo no Horto", com o músico Marcos De Lazzari. Desfrute de agradáveis momentos de paz e reflexão ao ouvir esta música. Aproveite!


Give Thanks

No vídeo a seguir, produzido por TV Terceiro Anjo, Christopher Martins interpreta ao violão a música Give Thanks de Henry Smith. Confira!


Ó Mestre, o Mar se Revolta

Aprecie o belo arranjo para o hino cristão "Peace, Be Still" (Ó Mestre, o Mar se Revolta), com Advent Heralds. Aproveite!


Substitua o tablet por um instrumento musical e tenha filhos mais inteligentes


Uma cena comum nos ambientes públicos que frequentamos é o uso de tablets ou telefones celulares para manter as crianças distraídas. Como tudo o que surte efeito rápido e leva ao objetivo almejado, no caso, ter sossego e não ser incomodado, esses aparelhos atendem as expectativas. Entretanto, o uso precoce e excessivo de aparelhos eletrônicos pode ser muito prejudicial aos pequenos.

Que tal, então, relembrarmos de outros objetos que fazem bem às crianças e comprovadamente trazem benefícios ao seu desenvolvimento?

A revista Psychological Science publicou um estudo da Universidade de Toronto, onde os resultados das pesquisas relacionaram o desenvolvimento cognitivo com a aprendizagem da música. Segundo publicado, pelo período de um ano, três grupos de crianças de seis anos estudaram canto, piano e expressão dramática. Resultado: As crianças que aprenderam música revelaram padrões de inteligência maiores no fim do estudo.

Mas é claro que devemos ter bom senso e acompanhar o nosso tempo, né. A tecnologia está por aí e veio para ficar, mas que priorizar as coisas certas nunca fez mal para ninguém, isso nunca fez. 

Fonte: Conti Outra

Oh, que amigo em Cristo temos

Tão logo uma pessoa aceita a Cristo, em seu coração nasce um desejo de apresentar aos outros o precioso amigo que encontrou em Jesus Cristo; a verdade salvadora e santificadora não pode ficar escondida em seu coração. 

O vídeo a seguir, produzido pela TV Terceiro Anjo, traz o hino "Oh! que amigo em Cristo temos" na interpretação do músico Marcos de Lazzari. Confira!


O mundo é de meu Deus

Aprecie este belo arranjo do hino "O mundo é de meu Deus" para flautas doces e piano, com o músico Marcos de Lazzari. Música e vídeo produzidos por TV Terceiro Anjo. Confira!

Exaltaremos o Teu Nome

A música "Exaltaremos o Teu Nome" faz parte do álbum GRATIDÃO, primeiro CD instrumental produzido pelo projeto Música e Contemplação. Aproveite! 


Exaltaremos o Teu Nome 

Composição, arranjo e baixo eletroacústico: Daniel Azevedo 
Gravação e mixagem: Marco Azevedo 
Masterização: Daniel Azevedo

CLIQUE AQUI para mais detalhes sobre o álbum GRATIDÃO. 

Cuidado com a abordagem missional



FonteToda Via

A história de Jesus

A história da vida de Jesus é antiga, no entanto é a mais bela história nunca vista antes. Fala de um amor incondicional o qual deu a Sua própria vida para salvar o pecador. Advent Heralds canta essa história. Confira!

Conselho aos Músicos - Entrevista sobre Música Popular, Parte 10



Entrevista com Daniel Azevedo, músico profissional e educador musical. 
Autor do livro Sob a Regência de Deus

Parte 10: Conselho aos Músicos 
Mensagem bíblica e reflexão aplicada ao contexto da música cristã. 

Entrevista realizada por Leandro Dalla em nov/2015. 
Realização: TV Terceiro Anjo

Exemplos Práticos - Entrevista sobre Música Popular, Parte 9



Entrevista com Daniel Azevedo, músico profissional e educador musical. 
Autor do livro Sob a Regência de Deus

Parte 9: Exemplos Práticos 
Abordagens diferentes na interpretação de hinos ao contrabaixo 

Entrevista realizada por Leandro Dalla em nov/2015. 
Realização: TV Terceiro Anjo

A Escolha da Música - Entrevista sobre Música Popular, Parte 8



Entrevista com Daniel Azevedo, músico profissional e educador musical. 
Autor do livro Sob a Regência de Deus

Parte 8: A Escolha da Música 
Critérios que podem direcionar a seleção das músicas que ouvimos e executamos. 

Entrevista realizada por Leandro Dalla em nov/2015. 
Realização: TV Terceiro Anjo

Princípios e Renúncias - Entrevista sobre Música Popular, Parte 7



Entrevista com Daniel Azevedo, músico profissional e educador musical. 
Autor do livro Sob a Regência de Deus

Parte 7: Princípios e Renúncias 
Decisões racionais, baseadas nos princípios da Palavra de Deus, sobre trabalho e música popular. 

Entrevista realizada por Leandro Dalla em nov/2015. 
Realização: TV Terceiro Anjo

Ted Wilson responde dúvidas sobre música

por: Pr. Ted Wilson, atual presidente da Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.


Feliz Sábado, amigos! Foi uma alegria ao meu coração ver milhares de homenagens postadas há algumas semanas, em honra à lenda da música adventista do sétimo dia, Del Delker [N.T. – falecida em 31/01/2018]. Através do seu ministério de música, ela tocou os corações de milhões ao redor do mundo por mais de sete décadas e continuará a fazê-lo através de suas numerosas gravações. 

Hoje, em nosso Perguntas & Respostas, discutimos o tema da música e alguns princípios básicos. Muitas perguntas têm sido enviadas a mim sobre este tópico, duas das quais aparecem abaixo.

Perguntas:

  • “Há diretrizes sobre qual o tipo de músicas que podem ser tocadas nas igrejas adventistas? Muitos estão usando bandas de rock com contrabaixos e guitarras elétricas. É como se a igreja fosse mais parecida com um café ou um concerto pop/rock. Qual é o seu ponto de vista acerca da música adventista do sétimo dia?" – John, da Indonésia

  • “Como devo lidar com as letras repetitivas e o volume doloroso da música nas igrejas adventistas em toda a América hoje? Eu vou à igreja para dar a Deus meu culto, mas a música é prejudicial. – Karen, dos Estados Unidos

Resposta:

A música tem uma maneira de alcançar a própria alma do nosso ser, muitas vezes expressando o que nós mesmos não conseguimos colocar em palavras. Como alguém disse uma vez, “a música é como os sentimentos soam”.

Como cristãos, a adoração também é fundamental para a nossa experiência com Deus e, durante milênios, a música forneceu um poderoso meio para o povo de Deus adorá-lo. A música desempenha ainda um papel vital no céu, onde os seres celestiais elevam suas vozes em louvor ao Criador (ver Apocalipse. 4, 5 e 15).

Talvez uma das razões pelas quais as discussões sobre adoração e música podem se tornar muito exaltadas emocionalmente – e até mesmo voláteis – é porque são questões que nos tocam muito profundamente.

Alguns dizem que a escolha da música é simplesmente uma questão de gosto pessoal, ou de condicionamento cultural. Outros acreditam que há um elemento moral na música e que nem todos os estilos musicais são aceitáveis ​​para Deus.

No documento de diretrizes votado pela Igreja, intitulado “Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música”, lemos:

  • “A música não é moral nem espiritualmente neutra. Pode nos levar a alcançar a mais exaltada experiência humana, pode ser usada pelo príncipe do mal para degenerar e degradar, para suscitar a luxúria, paixão, desesperança, ira e ódio.

  • “A mensageira do Senhor, Ellen G. White, nos aconselha continuamente a elevar nosso conceito a respeito da música. Ela nos diz: ‘A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição.’ ‘Corretamente empregada, … [música] um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma.'” (Clique aqui e acesse o documento na íntegra)

Não é segredo que, ao longo das últimas três décadas, a música mudou dramaticamente em muitas igrejas, academias e universidades adventistas e em eventos patrocinados pela igreja adventista em todo o mundo. O que teria sido considerado um sacrilégio nas igrejas adventistas há poucas décadas, agora pode ser considerado comum, e até mesmo preferível, em muitos lugares.

O movimento “Louvor e Adoração” (L&A), apresentando música cristã contemporânea (MCC), com suas bandas de estilo rock e músicos se balançando, assumiu a tarefa de “levar os adoradores à presença de Deus”. Este tipo de música enfatiza os sentimentos e se concentra mais nos artistas (“Equipe de Louvor”) do que no canto congregacional.

Este movimento não afetou apenas a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Embora suas raízes tenham surgido no Pentecostalismo, L&A e MCC se infiltraram em praticamente todas as igrejas cristãs.

Aqueles que têm a coragem de levantar suas preocupações sobre esse tipo de música e essa forma de culto que estão entrando na igreja são frequentemente rotulados como “legalistas” ou pior, são acusados ​​de estar expulsando os jovens e são envergonhados a ponto de se calarem.

No entanto, é interessante que, em muitas igrejas não adventistas, esse tipo de “adoração” e música esteja em declínio. Em um artigo intitulado “3 Reasons Contemporary Worship IS Declining, and What We Can Do to Help the Church Move On,” (3 Razões Por Que a Adoração Contemporânea ESTÁ Declinando e O Que Podemos Fazer Para Ajudar a Igreja a Avançar), o autor e músico Jonathan Aigner escreve:

  • “A adoração contemporânea é um movimento instável e não teológico. Ser completamente contemporâneo exige uma lealdade servil ao novo, ao atual, ao que faz sucesso, ao que é legal e ao comercial. Requer uma rejeição completa do velho, ultrapassado, que não é atual, que não é legal e que não gera dinheiro … Esta constante necessidade de se reinventar é uma tarefa extremamente difícil para qualquer igreja, e poucas, além das maiores e mais ricas, podem fazer isso de maneira contínua com algum sucesso” (http://bit.ly/CCMdecline).

Como o remanescente de Deus, o movimento dos últimos dias, precisamos considerar cuidadosamente o que significa “Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14: 7).

No livro de Apocalipse, temos o privilégio de contemplar a própria sala do trono de Deus. Lá ouvimos os quatro seres viventes proclamando: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir” (Apocalipse 4: 8). Vemos os vinte e quatro anciãos lançando suas coroas diante do trono de Deus, dizendo: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4:11).

Como então nós, seres mortais, deveríamos nos aproximar do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores? Que tipo de música Lhe trará honra e glória através da adoração?

O salmista nos diz no Salmo 96: 1 “cantai ao Senhor um cântico novo “, e lembra-nos que “grande é o Senhor, e digno de louvor, mais temível do que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos são ídolos, mas o Senhor fez os céus. Glória e majestade estão ante a sua face, força e formosura no seu santuário. … Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra … porque vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos com a sua verdade” (versículos 4-6, 9, 13).

É muito importante que permitamos que o Espírito Santo guie nosso pensamento ao invés de permitir que as tendências culturais e musicais contemporâneas influenciem nossos próprios estilos musicais e rumos. Isso se aplica, quer estejamos falando sobre preferências pessoais de música ou sobre música usada para adoração.

Deus nos convida a nos entregarmos completamente a Ele e Ele nos usará para influenciarmos outros para Ele. É muito importante que busquemos encontrar as respostas de Deus às perguntas sobre música na Bíblia, no Espírito da Profecia, através da oração e permitindo que o Espírito Santo impressione nossas mentes.

Em referência a Del Delker novamente, é interessante analisar por que sua música e a de muitos outros músicos centrados em Cristo tiveram influências tão poderosas e positivas sobre outros e quais princípios sustentaram essas apresentações musicais. Em minha opinião, esses princípios são eternos e podem ser aplicados hoje. Gostaria de destacar algumas observações pessoais que podem nos ajudar a entender o que Deus pretende que experimentemos com a música:

  • Como adventistas do sétimo dia precisamos viver a música espiritual que cantamos. É muito importante que nós, pessoalmente, modelemos a mensagem que cantamos ou apresentamos mostrando nosso amor por Cristo e que isso seja verdade em nossa música, para que o “eu” e o orgulho não sejam vistos, mas apenas Jesus.

  • As letras das músicas que usamos devem ter um forte conteúdo bíblico e religioso que fale ao coração. As letras devem ter um conteúdo religioso substancial, e não simplesmente repetir algumas palavras, vez após vez. As letras devem ser claras com uma mensagem completamente inspirada na bíblia.

  • As composições musicais que tocamos, cantamos ou ouvimos devem ser melodiosas e cuidadosamente arranjadas. A música não deve ter elementos de natureza não bíblica, inapropriadamente “mundana” ou estilo “rock”. Devem elevar-nos para o céu e apontar para Deus e não para nós. O Espírito de Profecia possui alguns conselhos maravilhosos sobre a música e sua influência [N.T. – ver o livro Música – Sua Influência na Vida do Cristão, disponível em https://musicaeadoracao.com.br/50066/musica-sua-influencia-na-vida-do-cristao/] incluindo o uso de bateria (sobre a qual falaremos em um próximo Perguntas & Respostas, uma vez que é uma pergunta que tem sido enviada).

  • Nossa música deve falar ao coração e à mente e deve ser equilibrada de acordo com instruções e conselhos da Bíblia e do Espírito de Profecia. Deve ser uma música que “edifique a fé”.

Que Deus dê a cada um de nós um entendimento melhor sobre como a música – dependendo dos princípios que embasam a música e a letra – pode destruir nossas vidas espirituais ou nos edificar em nosso relacionamento com Deus.


Tradução: Levi Tavares

MÚSICA E CONTEMPLAÇÃO
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