Fashion

Fashion

O poder oculto do Jazz V

por: Daniel Azevedo, músico e educador musical. 

"Não terás outros deuses diante de mim."Êxodo 20:3

Conforme citado em O poder oculto do Jazz IV, o objetivo do adversário de Deus é desviar a nossa atenção da salvação oferecida somente pelo sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. As Escrituras são muito claras quando se referem ao Único e Verdadeiro Caminho que nos leva a Deus. Só há uma Pessoa por meio da qual podemos ser salvos: Jesus Cristo.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vô-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou estejais vós também." João 14:3-5

Para alcançar seus objetivos, Satanás utiliza, entre outras armas, o conceito do “deus interior” e a doutrina da vida após a morte. Estes falsos ensinos permeiam diversas crenças e filosofias defendidas por músicos e artistas em geral.

O Hinduísmo, tradição religiosa da Índia caracterizada por inúmeras seitas e divindades, tem como uma de suas principais bases filosóficas a crença na imortalidade da alma. Apoia práticas de meditação transcendental e prega a reencarnação, um ininterrupto ciclo de nascimento, morte e renascimento.

Ao comentar sobre as características que contribuem para o sincretismo religioso mundialmente conhecido como movimento Nova Era, o PhD. e escritor David Marshall explica:

"Do hinduísmo ela [a Nova Era] adota a reencarnação e técnicas de meditação. A reencarnação dispensa pecado e julgamento, oferecendo uma série de vidas nas quais se livram do 'karma' negativo; e técnicas de meditação [Hatha Yoga, Kundalini Yoga, etc.] que são usadas para fazer da mente 'uma posse vazia'."[1]
Mas Deus, por Sua Palavra, nos ensina algo bem diferente a respeito da morte:

“… aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” Hebreus 9:27

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5-6

“Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios.” Salmos 146:4

Para cada verdade, o adversário de Deus apresenta uma contrafação. A mensagem demoníaca que contradiz o que Deus nos ensina sobre a morte é mais antiga do que imaginamos. Foi através desse mesmo engano que nossos primeiros pais desobedeceram a Deus há cerca de seis mil anos:

"Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis." Gênesis 3:4

A mesma mensagem é transmitida a todos até hoje, inclusive por meio dos ídolos da música e de seu estilo de vida. A influência de suas crenças é claramente percebida sobre outros músicos e admiradores.

Muitos são os músicos de jazz e fusion que aderiram às diferentes formas do Budismo ou do Hinduísmo, inserindo em suas obras os mais variados elementos da religiosidade pagã do oriente.
Dentre aqueles que refletiram em sua arte as influências da música indiana[2] ou o idioma espiritualista que assinala as religiões orientais, podemos destacar os seguintes:

Guitarristas – John McLaughlin (que liderou os grupos Mahavishnu Orchestra e Shakti), Pat Metheny, Larry Coryell, Carlos Santana, Fareed Haque, Carl Orr, R. Prasanna, Gábor Szabó, Rez Abbasi, Matthias Mueller, Dewa Budjana e David Lindley. 

Pianistas – Herbie Hancock, Alice Coltrane, Keith Jarret, Terri Riley, Sun Ra, Marc Rossi, Louis Banks e Peter Hayes. 

Baixistas – Buster Williams, Charles Mingus, Miroslav Vitous, Jaco Pastorius, Victor Wooten, Kai Eckhardt, Lucas Pickford, Steve Zerlin, Jayen Varma, Jonas Hellborg, Sheldon D'Silva, Karl Peters, Michael Gam, Perry Wortman, Colin D'Cruz e Ratzo Harris. 

Bateristas – Buddy Rich, Steve Smith, Billy Cobham, Danny Gottlieb, Jerry Granelli, Tom Rainey, Frank Bennet, Sameer Gupta e Dan Weiss. 

Saxofonistas – Kenny G, Wayne Shorter, John Coltrane, Michael Brecker, David Liebman, Bennie Maupin, Sonny Rollins, Joseph Jarman, Yusef Lateef, John Handy, Phill Scarff, Pharoah Sanders, Charlie Mariano, Joe Harriott, Rudresh Mahanthappa, George Brooks e Steve Gorn. 

Trompetistas – Miles Davis, Maynard Ferguson, Don Cherry e Jon Hassell. 

Percussionistas – Badal Roy, Zakir Hussain, Bob Becker, Trilok Gurtu e Jammie Haddad. 

Além desses, podemos citar o clarinetista Tony Scott, o baterista/cantor/produtor Narada Michael Walden, os flautistas Paul Horn e Bud Shank, o tecladista Jan Hammer, a cantora Tamm E. Hunt e os violinistas John Mayer e Arun Ramamurthy, entre outros. 

Através de sua música mística e de seu virtuosismo na cítara, o indiano Ravi Shankar exerceu enorme influência sobre artistas como The Byrds, The Beatles e John Coltrane, entre outros. Shankar contribuiu grandemente para incorporar a música clássica indiana à música ocidental. 

Nas palavras do próprio Ravi Shankar, a música indiana não pode ser separada da religião hindu: 

“O sistema de música indiana conhecido como 'Raga Sangeet' pode ser rastreada até quase dois mil anos no passado, para a sua origem nos hinos védicos dos templos hindus, a fonte fundamental de toda a música indiana. Assim, como na música ocidental, as raízes da música clássica indiana são religiosas.”[3] 

George Harrison, John McLaughlin, Michael Walden e muitos outros artistas se converteram ao hinduísmo logo após os primeiros contatos com a música indiana. Muitos deles tiveram até mesmo seus nomes alterados por seus gurus, como por exemplo, Narada Michael Walden, Devadip Carlos Santana, Mahavishnu John McLaughlin, e Alice Coltrane que adotou o nome de Swamini Turiyasangitananda. Estes exemplos revelam o quão unidas estão a religiosidade e a arte musical da Índia, e o quanto essa música pode influenciar as escolhas espirituais de seus ouvintes. 

Caro leitor, reflita em oração sobre estes três pontos: 

  1. Observe como todos esses artistas contribuíram direta ou indiretamente para a disseminação dessas crenças entre fãs e músicos em geral. 
  2. Perceba a doutrina da reencarnação como um dos ensinos comuns entre os adeptos do espiritismo, do budismo e do hinduísmo.
  3. Compare essas três crenças e note que todas têm como "cerne" a mesma mensagem pregada pelo diabo no Éden: "[...] É certo que não morrereis." Gênesis 3:4.

À luz das informações reunidas ao longo dessa série de postagens, analisemos as declarações a seguir: 

“Toda música reflete componentes básicos da cultura ou subcultura em que foi concebida, bem como dos valores pessoais e, em certos casos, até mesmo o estilo de vida do seu compositor. Isso significa que cada música transmite uma mensagem aos seus ouvintes. Essa mensagem pode ser enunciada explicitamente através de uma letra específica ou, simplesmente, comunicada às emoções dos ouvintes através da combinação de sons."[4] 
"Grande cuidado deve ser exercido na escolha da música. Toda melodia que pertença à categoria 'jazz', 'rock' ou formas correlatas, e toda expressão de linguagem que se refira a sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas. Usemos apenas a boa música em casa, nas reuniões sociais, na escola e na igreja."[5] 
"Toda música que se ouve, quer seja sacra ou secular, deve glorificar a Deus. 'Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus' (I Cor. 10:31). Este é o princípio bíblico fundamental. Tudo o que não atende a esse elevado padrão, enfraquecerá nossa experiência com Ele."[6]

Diante da coerência entre tais alertas e as informações abordadas aqui, como posso considerar a música como sendo apenas uma forma de expressão moralmente neutra? Muito mais do que uma arte com um fim em si mesma, a música é uma linguagem poderosa capaz de influenciar as decisões do ser humano. 

REFERÊNCIAS: 

[1] David Marshall, A Nova Era Não É Tão Nova. Disponível em:
http://dialogue.adventist.org/pt/artigos/07-3/marshall/a-nova-era-nao-e-tao-nova 

[2] Marc Rossi, The Influence of Indian Music on Jazz. Disponível em: 
http://sessionville.com/articles/the-influence-of-indian-music-on-jazz

[3] Ravi Shankar, On Appreciation of Indian Classical Music. Disponível em:
http://www.ravishankar.org/-music.html

[4] Alberto R. Timm, Sinais dos Tempos, novembro de 1997, p. 29. Texto completo disponível em Os cristãos e a escolha da música.

[5] Manual da IASD. Edição revisada na Assembleia da Associação Geral de 2010, p.151.

[6] Voto 144-03G da Associação Geral da IASD. 


"Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus." III João 1:11

MÚSICA E CONTEMPLAÇÃO
LAYOUT POR LUSA AGÊNCIA DIGITAL