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Mercado idiotizado II

por: Annik Catunda, criadora e diretora do blog Cooltura Adventista. Para ter acesso ao texto na íntegra, CLIQUE AQUI.

Olá leitores!

Sei da responsabilidade que tenho ao abordar o tema desta maneira, porém maior responsabilidade ainda tenho de advertir meus irmãos e, quem sabe, levar a uma importante reflexão sobre o papel que a música adventista vem exercendo sobre os não adventistas, como a mesma é vista pela mídia e de que forma deveria ser encarada por todos aqueles que desejam ter um compromisso real e verdadeiro com a Palavra.

No dia 13 de Novembro de 2015, a revista Veja lançou um artigo intitulado “Aleluia, rock ‘n’ roll” (leia aqui). Ali, a autora descreve o avanço da música gospel, com ênfase em 3 artistas – sendo um deles um famoso cantor adventista – e nos convida a conhecer o “indie gospel brasileiro”. 

Pegando como base o citado artigo, compararei trechos e falas da matéria com textos da Bíblia, Espírito de Profecia e do Manual da Igreja. 

1) “A ambição do indie gospel, porém, não é só pregar aos convertidos. […] De fato, essa vertente tem aprimorado seus métodos de produção. Os Arrais gravaram em Nashville, com um produtor de música cristã, mas acostumado ao universo country e folk. O mais recente disco do Oficina G3 […] foi mixado em Londres por engenheiros que já cuidaram de produções da Radiohead’ e do Arctic Monkeys.”

“Não cumpristes as prescrições a respeito das minhas coisas sagradas; antes, constituístes em vosso lugar estrangeiros para executarem o serviço no meu santuário.” Ezequiel 44:8

“A associação com as coisas do mundo no setor musical é considerado inofensivo por alguns observadores do sábado. Tais pessoas estão, porém, em terreno perigoso. É assim que Satanás procura desviar homens e mulheres e, dessa maneira, tem ganho o controle de almas. Tão suave, tão plausível é o trabalho do inimigo que não se suspeita dos seus ardis, e muitos membros de igreja tornam-se mais amigos dos prazeres que amigos de Deus.” Mensagens Escolhidas vol. 3, p. 332.

2) “O público responde no mesmo tom: canta as letras baixinho, para não atrapalhar a concentração dos músicos, mas se exalta quando Gonçalves, uma espécie de galã do universo adventista sobe ao palco-púlpito.”

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Filipenses 2:3-6

“Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. Que contraste entre o antigo costume, e os usos a que muitas vezes é a música hoje dedicada! Quantos empregam este dom para exaltar o eu, em vez de usá-lo para glorificar a Deus!” Patriarcas e Profetas, p.438

3) “A plateia do rock de Jesus, porém, nem sempre é tão comportada. Em apresentações como a do quarteto brasiliense Salzband ou do grupo paulistano Oficina G3, ela pode dançar como se estivesse num show de heavy metal. […] O rock é parte do grande balaio de gatos batizado como música gospel. Outrora combatido por sua suposta associação ao oculto, ele tem sido aceito nas igrejas…”

Rock, rock, rock… O mal falado, incompreendido (ou será que não!?) e polêmico rock. Muitos abominam o uso deste estilo nas igrejas, cultos ou nas músicas adventistas – inclusive seus instrumentos característicos –, porém atualmente nota-se um número maior ainda de defensores do rock gospel. E qual o atual posicionamento oficial da IASD sobre ele? Vejamos:

“Toda melodia que partilhe da natureza do jazz, rock ou formas híbridas relacionadas ou toda a linguagem que expresse sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas.” Manual da IASD, 2010, p. 151.

Como pudemos observar, oficialmente a IASD não apoia e nem aprova o rock, ou estilos relacionados ao mesmo, em suas músicas. O fato de músicos famosos usarem, além de a própria mídia adventista propagar estes músicos com suas canções, não quer dizer que seja o certo. A igreja não mudou, quem mudou foram os homens. O cantor Leonardo Gonçalves, referindo-se a um debate iniciado, escreveu em sua página no Facebook o seguinte comentário sobre o Manual da IASD: “o MANUAL DE PRÁTICAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA é descritivo e não normativo. Procure saber a diferença entre as duas coisas. E pararam de atualizá-lo…”. A minha pergunta ao Leonardo Gonçalves seria: desde quando a Igreja deixou de atualizar o Manual ou “deixaram pra lá”, segundo ele disse ao final desse mesmo comentário? A última atualização foi em 2010, conforme a citação acima, não sendo tão desatualizado assim, afinal. Além disso, a Igreja acaba de sair de uma Conferência Geral, logo espera-se mais uma edição atualizada do Manual da Igreja com as recentes orientações votadas ali.

“O manual da igreja expressa também a compreensão da Igreja a respeito da vida cristã, do governo eclesiástico e da disciplina baseada em princípios bíblicos e na autoridade das assembleias da Associação Geral devidamente reunidas. ‘Deus ordenou que os representantes de Sua igreja de todas as partes da Terra, quando reunidos numa Assembleia Geral, devam ter autoridade’ {TI, v.9, p.261}” Manual da IASD, 2010, p. 18. Para maiores informações, verificar o Capítulo 1 do Manual.

4) '"Houve um crescimento enorme da população evangélica, o que significa que a maioria desses fieis não tem tradição de igreja. Isso se reflete na música. Muitos carregam os gostos que tinham antes da conversão', diz Leonardo Gonçalves. E esse gosto pregresso inclui, claro, o rock."
O gosto pregresso de algumas pessoas deve ser o padrão para a composição de nossas músicas? A cultura, costumes e a modernidade deveriam ser a “altura do sarrafo” na hora da evangelização através da música?

No documento redigido pela Associação Geral da IASD, Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música,lemos: “Os hábitos e a cultura não são guias suficientes na escolha da música.” Documento votado no dia 13 de Outubro de 2004. 

E a Bíblia diz ainda:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram (inclusive o rock, rs); eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17

“A religião pura e sem mácula, para com nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações (muitos gostam desta parte), e guardar-se da corrupção do mundo (a maioria esquece-se desta).” Tiago 1:27

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimentais qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2

“Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus.” Salmos 40: 2 e 3

Sobre a associação de um estilo profano à mensagem bíblica lemos o seguinte:

“Porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 2 Coríntios 6:14

“Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o.” 1 Reis 18:21

“A meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão distinguir entre o imundo e o limpo.” Ezequiel 44:23

“Irmãos, retirai vossas mãos da obra, a menos que possais distinguir o fogo sagrado do comum.” Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 260

“Deus requer hoje de Seu povo uma distinção tão grande do mundo, nos costumes, hábitos e princípios, como exigia de Israel antigamente.” Patriarcas e Profetas, p. 335

Sobre usar o rock – bem como os demais estilos citados no artigo – para agradar a homens, por melhores que sejam as intenções de alcançar os pós-modernos, em vez de procurar primeiramente a aprovação de Deus:

“Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tiago 4:4

“Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” Gálatas 1:10

“Assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração.” Tessalonicensses 2:4

5) "No visual, o indie cristão quase não se distingue do rock religioso. Como se atesta nas fotos desta reportagem, eles não são de ostentar cruzes nem símbolos religiosos. Exibem tatuagens, cabelões de hippies e barbas de hipster. Mas, não importa que igreja frequentem, todos afirmam o propósito de viver de acordo com a fé que suas letras professam. Rock‘n’roll, mas sem drogas, e só sexo conjugal. Juninho Afram […] define isso com uma expressão genuína: 'A gente quer passar no ISO 9000 divino.'"

O que vestimos é importante? Será que a roupa define nosso caráter? A resposta é sim e não. Não, porque a roupa que usamos é incapaz nos moldar por dentro. E sim, porque a roupa, bem como outros aspectos da modéstia e do estilo de vida cristão, é um indicativo sobre o que acreditamos e à qual imagem devemos refletir para os outros. Lembre-se de que fomos criados para sermos à imagem e semelhança de Deus. Nada menos do que isso nossas vestimentas deveriam deixar transparecer a nosso respeito.

De acordo com o documento “Orientações Com Relação À Música Para A Igreja Adventista Do Sétimo Dia Na América Do Sul”, item 1, subitem 7, o músico “cuida de sua aparência pessoal, para que reflita o padrão de modéstia e decência apresentado pela Bíblia.”

“Os costumes do mundo não são normas para o cristão.” Profetas e Reis, p. 335.

“Cumpre não haver nenhum desleixo. Por amor de Cristo, cujas testemunhas somos, devemos apresentar exteriormente o melhor dos aspectos. No serviço do tabernáculo, Deus desceu a pormenores também no tocante ao vestuário dos que deviam oficiar perante Ele. Com isto nos ensinou que tem Suas preferências também quanto à roupa dos que O servem. […] Do mesmo modo as roupas dos seguidores de Cristo devem ser simbólicas, pois que lhes compete representar a Cristo em tudo. […] O que, porém, a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no vestuário pelo mero amor da moda — a fim de nos conformarmos ao mundo. Os cristãos não devem enfeitar o corpo com vestidos custosos e adornos preciosos." Mensagens aos Jovens, p. 358.

"As palavras das Escrituras Sagradas, referentes a vestidos, devem ser bem meditadas. Importa compreender o que seja agradável ao Senhor até em matéria de vestuário. Todos os que sinceramente buscam a graça de Cristo, hão de atender a essas preciosas instruções da Palavra divinamente inspirada. O próprio feitio da roupa há de comprovar a veracidade do evangelho.” Testemunhos Seletos, v. 2, p. 393 e 394

“Nossa única segurança é manter-nos como povo peculiar de Deus. Não devemos ceder um milímetro ante os costumes e modas deste século degenerado, mas permanecer em independência moral, sem transigir com suas práticas corruptoras e idólatras.” Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 78
Por pior que possa parecer o atual cenário musical adventista, temos este precioso relato a respeito da música e o que nos está reservado no Céu:

“Os remidos lançam suas coroas aos pés de Jesus. Em seguida, o coro angélico emite uma nota de vitória e os anjos nas duas colunas tomam o cântico, e a multidão dos remidos participam como se houvessem entoado o cântico na Terra, e o haviam feito na realidade. (…) Precisamos aprender a entoar aqui o cântico do Céu, de modo que quando terminar a nossa luta possamos participar do cântico dos anjos celestiais na cidade de Deus. Qual é esse cântico? É louvor e honra e glória Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, para todo o sempre.” Visões do Céu, p. 183.

O texto é claro, é aqui na Terra que aprendemos a música do Céu. Ao contrário do que muitos dizem, podemos sim saber qual música é do agrado de Deus através dos ensinos que Ele nos deixou. Para isso o meu gosto, o seu gosto, [...] e de qualquer um que pretenda trabalhar na obra do Senhor, precisa ser santificado. Deus nos abençoe nesta caminhada diária!


“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.”  I João 2:15

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