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Opções saudáveis para os ouvidos


Mercado idiotizado II

por: Annik Catunda, criadora e diretora do blog Cooltura Adventista. Para ter acesso ao texto na íntegra, CLIQUE AQUI.

Olá leitores!

Sei da responsabilidade que tenho ao abordar o tema desta maneira, porém maior responsabilidade ainda tenho de advertir meus irmãos e, quem sabe, levar a uma importante reflexão sobre o papel que a música adventista vem exercendo sobre os não adventistas, como a mesma é vista pela mídia e de que forma deveria ser encarada por todos aqueles que desejam ter um compromisso real e verdadeiro com a Palavra.

No dia 13 de Novembro de 2015, a revista Veja lançou um artigo intitulado “Aleluia, rock ‘n’ roll” (leia aqui). Ali, a autora descreve o avanço da música gospel, com ênfase em 3 artistas – sendo um deles um famoso cantor adventista – e nos convida a conhecer o “indie gospel brasileiro”. 

Pegando como base o citado artigo, compararei trechos e falas da matéria com textos da Bíblia, Espírito de Profecia e do Manual da Igreja. 

1) “A ambição do indie gospel, porém, não é só pregar aos convertidos. […] De fato, essa vertente tem aprimorado seus métodos de produção. Os Arrais gravaram em Nashville, com um produtor de música cristã, mas acostumado ao universo country e folk. O mais recente disco do Oficina G3 […] foi mixado em Londres por engenheiros que já cuidaram de produções da Radiohead’ e do Arctic Monkeys.”

“Não cumpristes as prescrições a respeito das minhas coisas sagradas; antes, constituístes em vosso lugar estrangeiros para executarem o serviço no meu santuário.” Ezequiel 44:8

“A associação com as coisas do mundo no setor musical é considerado inofensivo por alguns observadores do sábado. Tais pessoas estão, porém, em terreno perigoso. É assim que Satanás procura desviar homens e mulheres e, dessa maneira, tem ganho o controle de almas. Tão suave, tão plausível é o trabalho do inimigo que não se suspeita dos seus ardis, e muitos membros de igreja tornam-se mais amigos dos prazeres que amigos de Deus.” Mensagens Escolhidas vol. 3, p. 332.

2) “O público responde no mesmo tom: canta as letras baixinho, para não atrapalhar a concentração dos músicos, mas se exalta quando Gonçalves, uma espécie de galã do universo adventista sobe ao palco-púlpito.”

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Filipenses 2:3-6

“Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. Que contraste entre o antigo costume, e os usos a que muitas vezes é a música hoje dedicada! Quantos empregam este dom para exaltar o eu, em vez de usá-lo para glorificar a Deus!” Patriarcas e Profetas, p.438

3) “A plateia do rock de Jesus, porém, nem sempre é tão comportada. Em apresentações como a do quarteto brasiliense Salzband ou do grupo paulistano Oficina G3, ela pode dançar como se estivesse num show de heavy metal. […] O rock é parte do grande balaio de gatos batizado como música gospel. Outrora combatido por sua suposta associação ao oculto, ele tem sido aceito nas igrejas…”

Rock, rock, rock… O mal falado, incompreendido (ou será que não!?) e polêmico rock. Muitos abominam o uso deste estilo nas igrejas, cultos ou nas músicas adventistas – inclusive seus instrumentos característicos –, porém atualmente nota-se um número maior ainda de defensores do rock gospel. E qual o atual posicionamento oficial da IASD sobre ele? Vejamos:

“Toda melodia que partilhe da natureza do jazz, rock ou formas híbridas relacionadas ou toda a linguagem que expresse sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas.” Manual da IASD, 2010, p. 151.

Como pudemos observar, oficialmente a IASD não apoia e nem aprova o rock, ou estilos relacionados ao mesmo, em suas músicas. O fato de músicos famosos usarem, além de a própria mídia adventista propagar estes músicos com suas canções, não quer dizer que seja o certo. A igreja não mudou, quem mudou foram os homens. O cantor Leonardo Gonçalves, referindo-se a um debate iniciado, escreveu em sua página no Facebook o seguinte comentário sobre o Manual da IASD: “o MANUAL DE PRÁTICAS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA é descritivo e não normativo. Procure saber a diferença entre as duas coisas. E pararam de atualizá-lo…”. A minha pergunta ao Leonardo Gonçalves seria: desde quando a Igreja deixou de atualizar o Manual ou “deixaram pra lá”, segundo ele disse ao final desse mesmo comentário? A última atualização foi em 2010, conforme a citação acima, não sendo tão desatualizado assim, afinal. Além disso, a Igreja acaba de sair de uma Conferência Geral, logo espera-se mais uma edição atualizada do Manual da Igreja com as recentes orientações votadas ali.

“O manual da igreja expressa também a compreensão da Igreja a respeito da vida cristã, do governo eclesiástico e da disciplina baseada em princípios bíblicos e na autoridade das assembleias da Associação Geral devidamente reunidas. ‘Deus ordenou que os representantes de Sua igreja de todas as partes da Terra, quando reunidos numa Assembleia Geral, devam ter autoridade’ {TI, v.9, p.261}” Manual da IASD, 2010, p. 18. Para maiores informações, verificar o Capítulo 1 do Manual.

4) '"Houve um crescimento enorme da população evangélica, o que significa que a maioria desses fieis não tem tradição de igreja. Isso se reflete na música. Muitos carregam os gostos que tinham antes da conversão', diz Leonardo Gonçalves. E esse gosto pregresso inclui, claro, o rock."
O gosto pregresso de algumas pessoas deve ser o padrão para a composição de nossas músicas? A cultura, costumes e a modernidade deveriam ser a “altura do sarrafo” na hora da evangelização através da música?

No documento redigido pela Associação Geral da IASD, Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música,lemos: “Os hábitos e a cultura não são guias suficientes na escolha da música.” Documento votado no dia 13 de Outubro de 2004. 

E a Bíblia diz ainda:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram (inclusive o rock, rs); eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17

“A religião pura e sem mácula, para com nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações (muitos gostam desta parte), e guardar-se da corrupção do mundo (a maioria esquece-se desta).” Tiago 1:27

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimentais qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2

“Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus.” Salmos 40: 2 e 3

Sobre a associação de um estilo profano à mensagem bíblica lemos o seguinte:

“Porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 2 Coríntios 6:14

“Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o.” 1 Reis 18:21

“A meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão distinguir entre o imundo e o limpo.” Ezequiel 44:23

“Irmãos, retirai vossas mãos da obra, a menos que possais distinguir o fogo sagrado do comum.” Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 260

“Deus requer hoje de Seu povo uma distinção tão grande do mundo, nos costumes, hábitos e princípios, como exigia de Israel antigamente.” Patriarcas e Profetas, p. 335

Sobre usar o rock – bem como os demais estilos citados no artigo – para agradar a homens, por melhores que sejam as intenções de alcançar os pós-modernos, em vez de procurar primeiramente a aprovação de Deus:

“Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tiago 4:4

“Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” Gálatas 1:10

“Assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração.” Tessalonicensses 2:4

5) "No visual, o indie cristão quase não se distingue do rock religioso. Como se atesta nas fotos desta reportagem, eles não são de ostentar cruzes nem símbolos religiosos. Exibem tatuagens, cabelões de hippies e barbas de hipster. Mas, não importa que igreja frequentem, todos afirmam o propósito de viver de acordo com a fé que suas letras professam. Rock‘n’roll, mas sem drogas, e só sexo conjugal. Juninho Afram […] define isso com uma expressão genuína: 'A gente quer passar no ISO 9000 divino.'"

O que vestimos é importante? Será que a roupa define nosso caráter? A resposta é sim e não. Não, porque a roupa que usamos é incapaz nos moldar por dentro. E sim, porque a roupa, bem como outros aspectos da modéstia e do estilo de vida cristão, é um indicativo sobre o que acreditamos e à qual imagem devemos refletir para os outros. Lembre-se de que fomos criados para sermos à imagem e semelhança de Deus. Nada menos do que isso nossas vestimentas deveriam deixar transparecer a nosso respeito.

De acordo com o documento “Orientações Com Relação À Música Para A Igreja Adventista Do Sétimo Dia Na América Do Sul”, item 1, subitem 7, o músico “cuida de sua aparência pessoal, para que reflita o padrão de modéstia e decência apresentado pela Bíblia.”

“Os costumes do mundo não são normas para o cristão.” Profetas e Reis, p. 335.

“Cumpre não haver nenhum desleixo. Por amor de Cristo, cujas testemunhas somos, devemos apresentar exteriormente o melhor dos aspectos. No serviço do tabernáculo, Deus desceu a pormenores também no tocante ao vestuário dos que deviam oficiar perante Ele. Com isto nos ensinou que tem Suas preferências também quanto à roupa dos que O servem. […] Do mesmo modo as roupas dos seguidores de Cristo devem ser simbólicas, pois que lhes compete representar a Cristo em tudo. […] O que, porém, a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no vestuário pelo mero amor da moda — a fim de nos conformarmos ao mundo. Os cristãos não devem enfeitar o corpo com vestidos custosos e adornos preciosos." Mensagens aos Jovens, p. 358.

"As palavras das Escrituras Sagradas, referentes a vestidos, devem ser bem meditadas. Importa compreender o que seja agradável ao Senhor até em matéria de vestuário. Todos os que sinceramente buscam a graça de Cristo, hão de atender a essas preciosas instruções da Palavra divinamente inspirada. O próprio feitio da roupa há de comprovar a veracidade do evangelho.” Testemunhos Seletos, v. 2, p. 393 e 394

“Nossa única segurança é manter-nos como povo peculiar de Deus. Não devemos ceder um milímetro ante os costumes e modas deste século degenerado, mas permanecer em independência moral, sem transigir com suas práticas corruptoras e idólatras.” Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 78
Por pior que possa parecer o atual cenário musical adventista, temos este precioso relato a respeito da música e o que nos está reservado no Céu:

“Os remidos lançam suas coroas aos pés de Jesus. Em seguida, o coro angélico emite uma nota de vitória e os anjos nas duas colunas tomam o cântico, e a multidão dos remidos participam como se houvessem entoado o cântico na Terra, e o haviam feito na realidade. (…) Precisamos aprender a entoar aqui o cântico do Céu, de modo que quando terminar a nossa luta possamos participar do cântico dos anjos celestiais na cidade de Deus. Qual é esse cântico? É louvor e honra e glória Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, para todo o sempre.” Visões do Céu, p. 183.

O texto é claro, é aqui na Terra que aprendemos a música do Céu. Ao contrário do que muitos dizem, podemos sim saber qual música é do agrado de Deus através dos ensinos que Ele nos deixou. Para isso o meu gosto, o seu gosto, [...] e de qualquer um que pretenda trabalhar na obra do Senhor, precisa ser santificado. Deus nos abençoe nesta caminhada diária!


“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.”  I João 2:15

O poder oculto do Jazz V

por: Daniel Azevedo, músico e educador musical. 

"Não terás outros deuses diante de mim."Êxodo 20:3

Conforme citado em O poder oculto do Jazz IV, o objetivo do adversário de Deus é desviar a nossa atenção da salvação oferecida somente pelo sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. As Escrituras são muito claras quando se referem ao Único e Verdadeiro Caminho que nos leva a Deus. Só há uma Pessoa por meio da qual podemos ser salvos: Jesus Cristo.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vô-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou estejais vós também." João 14:3-5

Para alcançar seus objetivos, Satanás utiliza, entre outras armas, o conceito do “deus interior” e a doutrina da vida após a morte. Estes falsos ensinos permeiam diversas crenças e filosofias defendidas por músicos e artistas em geral.

O Hinduísmo, tradição religiosa da Índia caracterizada por inúmeras seitas e divindades, tem como uma de suas principais bases filosóficas a crença na imortalidade da alma. Apoia práticas de meditação transcendental e prega a reencarnação, um ininterrupto ciclo de nascimento, morte e renascimento.

Ao comentar sobre as características que contribuem para o sincretismo religioso mundialmente conhecido como movimento Nova Era, o PhD. e escritor David Marshall explica:

"Do hinduísmo ela [a Nova Era] adota a reencarnação e técnicas de meditação. A reencarnação dispensa pecado e julgamento, oferecendo uma série de vidas nas quais se livram do 'karma' negativo; e técnicas de meditação [Hatha Yoga, Kundalini Yoga, etc.] que são usadas para fazer da mente 'uma posse vazia'."[1]
Mas Deus, por Sua Palavra, nos ensina algo bem diferente a respeito da morte:

“… aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” Hebreus 9:27

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5-6

“Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios.” Salmos 146:4

Para cada verdade, o adversário de Deus apresenta uma contrafação. A mensagem demoníaca que contradiz o que Deus nos ensina sobre a morte é mais antiga do que imaginamos. Foi através desse mesmo engano que nossos primeiros pais desobedeceram a Deus há cerca de seis mil anos:

"Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis." Gênesis 3:4

A mesma mensagem é transmitida a todos até hoje, inclusive por meio dos ídolos da música e de seu estilo de vida. A influência de suas crenças é claramente percebida sobre outros músicos e admiradores.

Muitos são os músicos de jazz e fusion que aderiram às diferentes formas do Budismo ou do Hinduísmo, inserindo em suas obras os mais variados elementos da religiosidade pagã do oriente.
Dentre aqueles que refletiram em sua arte as influências da música indiana[2] ou o idioma espiritualista que assinala as religiões orientais, podemos destacar os seguintes:

Guitarristas – John McLaughlin (que liderou os grupos Mahavishnu Orchestra e Shakti), Pat Metheny, Larry Coryell, Carlos Santana, Fareed Haque, Carl Orr, R. Prasanna, Gábor Szabó, Rez Abbasi, Matthias Mueller, Dewa Budjana e David Lindley. 

Pianistas – Herbie Hancock, Alice Coltrane, Keith Jarret, Terri Riley, Sun Ra, Marc Rossi, Louis Banks e Peter Hayes. 

Baixistas – Buster Williams, Charles Mingus, Miroslav Vitous, Jaco Pastorius, Victor Wooten, Kai Eckhardt, Lucas Pickford, Steve Zerlin, Jayen Varma, Jonas Hellborg, Sheldon D'Silva, Karl Peters, Michael Gam, Perry Wortman, Colin D'Cruz e Ratzo Harris. 

Bateristas – Buddy Rich, Steve Smith, Billy Cobham, Danny Gottlieb, Jerry Granelli, Tom Rainey, Frank Bennet, Sameer Gupta e Dan Weiss. 

Saxofonistas – Kenny G, Wayne Shorter, John Coltrane, Michael Brecker, David Liebman, Bennie Maupin, Sonny Rollins, Joseph Jarman, Yusef Lateef, John Handy, Phill Scarff, Pharoah Sanders, Charlie Mariano, Joe Harriott, Rudresh Mahanthappa, George Brooks e Steve Gorn. 

Trompetistas – Miles Davis, Maynard Ferguson, Don Cherry e Jon Hassell. 

Percussionistas – Badal Roy, Zakir Hussain, Bob Becker, Trilok Gurtu e Jammie Haddad. 

Além desses, podemos citar o clarinetista Tony Scott, o baterista/cantor/produtor Narada Michael Walden, os flautistas Paul Horn e Bud Shank, o tecladista Jan Hammer, a cantora Tamm E. Hunt e os violinistas John Mayer e Arun Ramamurthy, entre outros. 

Através de sua música mística e de seu virtuosismo na cítara, o indiano Ravi Shankar exerceu enorme influência sobre artistas como The Byrds, The Beatles e John Coltrane, entre outros. Shankar contribuiu grandemente para incorporar a música clássica indiana à música ocidental. 

Nas palavras do próprio Ravi Shankar, a música indiana não pode ser separada da religião hindu: 

“O sistema de música indiana conhecido como 'Raga Sangeet' pode ser rastreada até quase dois mil anos no passado, para a sua origem nos hinos védicos dos templos hindus, a fonte fundamental de toda a música indiana. Assim, como na música ocidental, as raízes da música clássica indiana são religiosas.”[3] 

George Harrison, John McLaughlin, Michael Walden e muitos outros artistas se converteram ao hinduísmo logo após os primeiros contatos com a música indiana. Muitos deles tiveram até mesmo seus nomes alterados por seus gurus, como por exemplo, Narada Michael Walden, Devadip Carlos Santana, Mahavishnu John McLaughlin, e Alice Coltrane que adotou o nome de Swamini Turiyasangitananda. Estes exemplos revelam o quão unidas estão a religiosidade e a arte musical da Índia, e o quanto essa música pode influenciar as escolhas espirituais de seus ouvintes. 

Caro leitor, reflita em oração sobre estes três pontos: 

  1. Observe como todos esses artistas contribuíram direta ou indiretamente para a disseminação dessas crenças entre fãs e músicos em geral. 
  2. Perceba a doutrina da reencarnação como um dos ensinos comuns entre os adeptos do espiritismo, do budismo e do hinduísmo.
  3. Compare essas três crenças e note que todas têm como "cerne" a mesma mensagem pregada pelo diabo no Éden: "[...] É certo que não morrereis." Gênesis 3:4.

À luz das informações reunidas ao longo dessa série de postagens, analisemos as declarações a seguir: 

“Toda música reflete componentes básicos da cultura ou subcultura em que foi concebida, bem como dos valores pessoais e, em certos casos, até mesmo o estilo de vida do seu compositor. Isso significa que cada música transmite uma mensagem aos seus ouvintes. Essa mensagem pode ser enunciada explicitamente através de uma letra específica ou, simplesmente, comunicada às emoções dos ouvintes através da combinação de sons."[4] 
"Grande cuidado deve ser exercido na escolha da música. Toda melodia que pertença à categoria 'jazz', 'rock' ou formas correlatas, e toda expressão de linguagem que se refira a sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas. Usemos apenas a boa música em casa, nas reuniões sociais, na escola e na igreja."[5] 
"Toda música que se ouve, quer seja sacra ou secular, deve glorificar a Deus. 'Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus' (I Cor. 10:31). Este é o princípio bíblico fundamental. Tudo o que não atende a esse elevado padrão, enfraquecerá nossa experiência com Ele."[6]

Diante da coerência entre tais alertas e as informações abordadas aqui, como posso considerar a música como sendo apenas uma forma de expressão moralmente neutra? Muito mais do que uma arte com um fim em si mesma, a música é uma linguagem poderosa capaz de influenciar as decisões do ser humano. 

REFERÊNCIAS: 

[1] David Marshall, A Nova Era Não É Tão Nova. Disponível em:
http://dialogue.adventist.org/pt/artigos/07-3/marshall/a-nova-era-nao-e-tao-nova 

[2] Marc Rossi, The Influence of Indian Music on Jazz. Disponível em: 
http://sessionville.com/articles/the-influence-of-indian-music-on-jazz

[3] Ravi Shankar, On Appreciation of Indian Classical Music. Disponível em:
http://www.ravishankar.org/-music.html

[4] Alberto R. Timm, Sinais dos Tempos, novembro de 1997, p. 29. Texto completo disponível em Os cristãos e a escolha da música.

[5] Manual da IASD. Edição revisada na Assembleia da Associação Geral de 2010, p.151.

[6] Voto 144-03G da Associação Geral da IASD. 


"Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus." III João 1:11

O poder oculto do Jazz IV

por: Daniel Azevedo, músico e educador musical. 

Certa vez, li uma entrevista com o pianista de jazz norte americano Herbie Hancock (foto à esquerda), onde ele expõe sua visão espiritual acerca do jazz e de seu poder sobre os ouvintes. Segundo Hancock, que foi criado na tradição cristã, tudo começou numa noite de sexta-feira em meados de 1972, quando o pianista e seu grupo tocavam num clube de jazz em Seattle.

O local estava lotado e os músicos podiam sentir a “energia” do público que permanecia completamente absorvido pela música. Em seguida, ele pede à banda para tocar uma nova canção que inicia com um solo de contrabaixo acústico. Na entrevista Hancock descreve a cena da seguinte maneira:

a música e o sobrenatural V“Então, o baixista Buster Williams (foto à direita) começa tocando essa introdução. E o que saiu dele foi algo que eu nunca havia escutado antes. E não somente dele, mas nunca o ouvira de mais ninguém. Era tão somente pura beleza e ideias, e aquilo foi mágico. Mágico. E as pessoas estavam fora de si, por ser tão incrível o que ele estava tocando. Eu o deixei tocando por um longo tempo, talvez 10, 15 minutos. Ele apenas veio com ideia após ideia, cheio de inspiração. Então, eu pude sentir-me despertando, pouco antes de retornarmos com o tema da música. E eu poderia dizer que toda a banda acordou e havia alguma energia que era gerada a partir de Buster. Nós tocamos o set e foi como mágica. Quando terminamos, muitas pessoas correram até a frente do palco e estenderam suas mãos para apertar as nossas. Alguns deles estavam chorando, muito comovidos com a música. A música era muito espiritual também. Eu sabia que Buster era o catalisador para tudo isso, então eu o levei para a sala dos músicos e disse: ‘Ei, Buster, eu ouvi que você estava em alguma nova filosofia ou algo assim e, se ela pode fazer você tocar baixo como aquilo, eu quero saber o que é’.” [1]

No texto O poder oculto do Jazz III, curiosamente encontramos uma cena parecida onde, no decorrer de uma conversa, Roger Morneau e seu amigo ouvem a seguinte declaração de um músico de jazz bem sucedido:

“Na realidade, os espíritos tomam conta de nós; em outras palavras, eles se apossam de nós e nos dão energia, e nós repassamos essa influência para o público. Eles gostam do que recebem e sempre voltam para buscar mais da mesma coisa”. [2]

Perceba como as cenas se repetem nos dois relatos. Compare as seguintes expressões:

“Na realidade, os espíritos [...] se apossam de nós e nos dão energia, e nós repassamos essa influência para o público. Eles gostam do que recebem e sempre voltam para buscar mais da mesma coisa”.

“E as pessoas estavam fora de si, por ser tão incrível o que ele estava tocando. [...] havia alguma energia que era gerada a partir de Buster”.

Note que há sempre uma “energia” que é gerada e contagia o público, que então está fora de si, como num transe. Não há dúvidas de que há um poder externo e sobrenatural agindo através do fascínio que sentimos pelo jazz, como uma hipnose musical. Mais uma vez, percebemos a música sendo usada como um meio de atrair pessoas para longe do Verdadeiro Caminho.

11242014webpic20Por influência do baixista Buster Williams, Herbie Hancock tornou-se praticante do Budismo de Nitiren Daishonin, uma forma de filosofia centralizada na repetição do mantra Nam-myoho-rengue-kyo que significa “devotar-se à lei mística de causa e efeito”. Segundo creem os adeptos dessa prática, o mantra é “o caminho para alcançar a suprema iluminação”.

Porém, as Escrituras nos ensinam:

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”  João 14:6

Quando mais jovem estive em duas reuniões budistas onde recitamos, de forma contínua e repetitiva, por aproximadamente trinta minutos, textos escritos em ideogramas chineses e fonemas correspondentes em alfabeto português. As pessoas realmente acreditavam “estar em sintonia com o universo” ao despertarem “a natureza de Buda que está dentro de cada um de nós”.

Crenças como essa anulam por completo a fé no precioso sangue de Jesus Cristo derramado na cruz do Calvário como preço pelos meus pecados, pois sugerem que eu alcance uma perfeição que está, supostamente, dentro de mim mesmo. Um argumento semelhante foi utilizado por Satanás há cerca de seis mil anos:

“[...] vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal” Gênesis 3:5

Sua linguagem enganosa continua atraindo a milhares de pessoas através de filosofias que utilizam o conceito do “deus interior”. Essas e outras filosofias semelhantes estão bem presentes entre os músicos de jazz, servindo muitas vezes como fonte de inspiração até mesmo para suas composições. Essa influência é grandiosa sobre seus ouvintes, músicos e admiradores.

O objetivo do adversário de Deus é desviar a nossa atenção da salvação que nos é oferecida mediante a fé no sacrifício de Jesus. Os caminhos e distrações são os mais variados, pois para Satanás, os fins justificam os meios. Conheça e compare suas estratégias lendo O poder oculto do Jazz I, O poder oculto do Jazz II e O poder oculto do Jazz III.

REFERÊNCIAS:

[1] http://www.beliefnet.com/Faiths/Buddhism/2007/10/Herbie-Fully-Buddhist.aspx
[2] Roger Morneau, Viagem ao Sobrenatural (São Paulo: CPB, 2004), p. 20.


"Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;" I Pedro 5:8

O poder oculto do Jazz III

por: Daniel Azevedo, músico e educador musical.

O que faz com que o jazz exerça um fascínio tão grande sobre ouvintes e músicos? Por que existem tantos apreciadores do gênero? O que há por trás do efeito magnético do jazz?

Na infância, um dos meus passatempos favoritos era desenhar naqueles livros de ligar pontos. Pouco a pouco, os traços ganhavam forma e significado, desfazendo assim, toda a expectativa sobre as imagens ocultas. Minha experiência com o jazz, como ouvinte e instrumentista, fixou os primeiros pontos que futuramente revelariam uma imagem nítida da realidade invisível disfarçada no gênero popular. 

Roger Morneau, em seu livro Viagem ao Sobrenatural, narra um episódio interessante. Num encontro com um músico de jazz bem sucedido, o autor tem acesso a informações não divulgadas sobre esse estilo musical e o caminho para o êxito. Durante um jantar, o músico revela a Roger e a seu amigo que, após experimentar o fracasso como músico de jazz por muitos anos, conheceu o culto aos demônios, poder através do qual alcançara o sucesso de forma instantânea, por meio de rituais, submissão e adoração. Desde então, o músico e sua banda de jazz permaneciam sendo aclamados pela imprensa e atendendo a uma grande demanda de concertos e entrevistas. 


No decorrer da conversa, Roger Morneau e seu amigo ouvem a seguinte declaração daquele músico de jazz: 

“Na realidade, os espíritos tomam conta de nós; em outras palavras, eles se apossam de nós e nos dão energia, e nós repassamos essa influência para o público. Eles gostam do que recebem e sempre voltam para buscar mais da mesma coisa”. 

Ao ler esse livro, exatamente neste ponto, não pude deixar de associar a declaração acima com outro fato que me perturbava. 

As músicas que formam o repertório comum entre os músicos de jazz são chamadas de standards e estão reunidas em grossos livros, do mesmo modo que hinos cristãos são organizados em hinários. O livro de standards mais antigo e comum chama-se The Real Book (O Livro Real) e começou a ser utilizado na década de 1970 por músicos jazzistas nos Estados Unidos. O livro foi produzido e distribuído de forma ilegal em suas primeiras cinco edições, não havendo autor ou informações sobre publicação e sem qualquer relação com a lei de direitos autorais sobre as composições. Somente em 2004, a partir de sua sexta edição, o livro passou a ser publicado de forma legal.

Eu possuía uma cópia daquele livro, bem como vários outros materiais semelhantes para o estudo de standards de jazz. A música que abre o livro chama-se “A call for all demons” (Um chamado para todos os demônios). Conhecendo o testemunho de Roger Morneau, aquilo não podia ser apenas uma coincidência. 

Ao final da partitura da música encontramos a seguinte informação: Sun-Ra - "Angels and demons at play". O compositor se autodenomina “Sun Ra” (Sun = sol; Ra = deus da mitologia egípcia) e seu álbum tem como título “Anjos e demônios envolvidos”. Sun Ra era músico de jazz, poeta e filósofo conhecido por suas filosofias “cósmicas”, pregando “a consciência e a paz sobre todos”. 

Outras composições contidas no Real Book também apresentam nomes sugestivos como “Prince of Darkness” (Príncipe das Trevas) de Wayne Shorter, “Reincarnation of a Love Bird” (Reencarnação de um Pássaro do Amor) de Charles Mingus, “The Magician in You” (O Mago em Você) de Keith Jarret e “Wings of Karma” (Asas de Karma) de John McLaughlin. 

Seriam essas informações apenas fatos desconectados, sem relação direta com um poder sobrenatural agindo nos "bastidores" do mundo do jazz? Quando ligamos esses relatos às origens históricas e místicas do jazz, as peças do quebra-cabeças começam a se encaixar.  

“Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!” Jó 14:4

O poder oculto do Jazz II

No texto a seguir, Louis R. Torres, ex-baixista da banda de rock and roll Bill Haley and the Comets, apresenta evidências históricas que apontam a origem e a trajetória dos elementos rítmicos característicos no Jazz e outros gêneros musicais e sua ligação com o paganismo. Boa leitura! 

por: Louis R. Torres, músico, pastor e escritor. Co-autor do livro "Notes on Music".

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"Conforme estudei música e seus poderosos efeitos nas pessoas, minha atenção se voltou para os polirritmos (ou síncopes complexas) que eu costumava tocar com tanto entusiasmo. O estudo dos doutores Bird e Brekenridge revelou que os polirritmos típicos do Rock, Jazz e Blues e outros estilos desse tipo de música, causaram desordens nos neurônios de cobaias de laboratório. Mas o que o estudo não pôde revelar foram as implicações espirituais desse tipo de música.

"[...] Milhares de pessoas tem sido vitimadas pela música polirrítmica. A história revela que o uso de ritmos sincopados, com sua habilidade para alterar estado de consciência, descendem do Egito antigo. É no Egito antigo que os historiadores encontraram a origem da música de percussão sincopada e seus usos. Nos templos, os sacerdotes utilizavam intencionalmente síncopes complexas para induzir transes e outras perturbações. [1]

"Os primeiros percussionistas aprenderam a induzir respostas psicológicas, desde êxtases e alucinações até convulsões e estados de inconsciência. [2] 

"Essa forma de adoração pagã foi, com o passar do tempo, transportada para a África Central, onde fincou raiz em Duhomy, conhecido hoje como Republica Democrática do Congo. [3] Duhomy (ou Congo) se tornou o centro da religião vodu. Os participantes eram impulsionados pelas batidas rítmicas. Na dança do ventre, ombros, nádegas, barriga e tórax eram separadamente ou simultaneamente sacudidos ou contorcidos, ou movimentados de alguma forma. [4]

"Através do comércio de escravos, essa música de adoração ao demônio, com sua batida ininterrupta, foi transportada para a ilha de Hispaniola, no Caribe. Ali, novamente, fincou raízes. Hoje, o vodu continua a ser praticado no Haiti, que ocupa o terço oeste da ilha de Hispaniola, e na Republica Dominicana, que ocupa o restante da ilha.

"Com a continuidade do tráfico de escravos, esse ritmo foi levado para os Estados Unidos, e New Orleans se tornou o lar para o 'rufar' dos tambores e a dança extravagante que o acompanhava. Os turistas brancos foram avidamente atraídos.

"Ao mesmo tempo, enquanto os polirritmos egípcios estavam adentrando no sul da América, um outro tipo de música tinha estado a desbravar seu caminho através do Atlântico para o norte do país. Europeus brancos, desejosos de escapar da perseguição religiosa, trouxeram sua música para a Nova Inglaterra, juntamente com sua religião.

"Enquanto a música pagã era baseada em polirritmos e dedicada à adoração de deuses demoníacos, os europeus trouxeram uma música composta de harmonia e melodia. Sua música melódica simples era usada para adorar o Deus verdadeiro.

"A música cristã européia avançou em direção a oeste e sul dos EUA. Enquanto isso, no sul, a música para adoração vodu estava sofrendo uma mutação. Embora muitos escravos tivessem se tornado cristãos, outros escravos mantiveram suas crenças e práticas pagãs. Muitas de suas práticas pagãs foram oprimidas pelos brancos, mas seus ritmos continuaram a ser utilizados. Quando expostos à música branca, muitos destes escravos detestaram o que parecia a eles como uma música com carência de ritmo. Entretanto, essa exposição à música branca teve seu efeito. Com o passar do tempo, escravos e ex-escravos começaram a misturar a pulsação rítmica tradicional com a melodia e harmonia. Esta mistura tomou forma própria e passou a ser conhecia como “gospel”.

"No campo secular, os instrumentos de sopro europeus (oboé, clarinete, etc.) começaram a produzir novos sons ao caírem nas mãos dos negros americanos. Esses novos sons eram freqüentemente criados como um grito contra a opressão branca.

"O poeta e escritor negro LeRoi Jones observou certa vez que os intérpretes faziam com que os instrumentos soassem deliberadamente “amusicais”, o mais não-branco possível, numa reação à delicadeza e legitimidade que estavam se misturando à música instrumental negra. [5]

"Desta nova transformação surgiram novos estilos musicais como Blues e Jazz. A música branca também passava por transformações no norte, onde as “big bands” introduziram novos ritmos aos salões de dança brancos. “Boogie woogie” e outras músicas similares se tornaram a ordem do dia. As mulheres eram arremessadas, rodopiadas e giradas, obedecendo a ditadura do tambor."

REFERÊNCIAS:

[1] Pennethorne Hughes, Witchcraft (Londres: Longman Green, 1965), p. 23; citado em Ismael Reed, Mumbo Jumbo (Nova Iorque: Doubleday, 1972), p. 191.
[2] Michael Segell, “Rhythmitism”, Americam Health, Dezembro de 1988, pp. 19, 37.
[3] Marshall Stearn, The Story of Jazz (Nova Iorque: Oxford University, 1956), p. 20.
[4] Louis and Carol Torres, Notes on Music (St. Marie’s, ID: LMN Publishers, 1993), p. 36
[5] The Sun Herald (Australia), 19 de Março de 1989, p. 148.

Fonte: Adventists Affirm. Vol 13, Nº 1. Primavera de 1999, pp. 17-20. Disponível em Música Sacra e AdoraçãoTradução: Fábio Araújo Martins – Janeiro de 2005.


"No passado vocês já gastaram tempo suficiente fazendo o que agrada aos pagãos. Naquele tempo vocês viviam em libertinagem, na sensualidade, nas bebedeiras, orgias e farras, e na idolatria repugnante." I Pedro 4:3

"Afastem-se de toda forma de mal." I Tessalonicences 5:22

O poder oculto do Jazz I

por: Roger Morneau

De tudo o que ele nos disse, uma frase ficou gravada em minha mente.

– George, você poderia esclarecer a pergunta que nos fez, poucos momentos atrás: ‘Há quanto tempo vocês estão pretendendo entrar em comunicação com os mortos?’ O que quis dizer com o verbo ‘pretender’?

Ele sorriu, olhou para o seu relógio e disse:

– É muito tarde para explicar isso hoje, mas deixem-me dizer o seguinte: vocês não têm mantido conversa com os mortos.

E voltou a falar de seu sucesso pessoal.

– Vejam bem, por muitos anos, eu parecia ser um fracasso, tentando organizar e manter a minha própria banda de 'jazz'. Então, tive a sorte de conhecer o culto aos demônios e, através desse grande poder, tenho obtido tudo o que sempre desejei. É claro que tive que aprender a fazer certos rituais antes que os espíritos começassem a trabalhar em meu favor.

Seu rosto se iluminou com um grande sorriso.

– Daquele dia em diante, o sucesso foi instantâneo para mim e para minha banda. O reconhecimento veio da noite para o dia. Sem nenhum esforço de nossa parte, nós fomos descobertos (apesar de termos estado ali o tempo todo) e aclamados como uma das grandes bandas em nosso gênero musical. Por alguma razão, todos os repórteres ficaram entusiasmados conosco. Nós nos tornamos o assunto da cidade. As mais importantes personalidades do mundo do rádio comentavam a nosso respeito e, em pouco tempo, nós alcançamos o topo.

George tomou mais um gole de seu copo, puxou mais uma tragada de seu cigarro e continuou:

– Nós temos estado em constante demanda desde então. O dinheiro só vai entrando. Nossos preços são os mais altos na indústria fonográfica. As pessoas gostam de dançar ao som da nossa música. Na realidade, os espíritos tomam conta de nós; em outras palavras, eles se apossam de nós e nos dão energia, e nós repassamos essa influência para o público. Eles gostam do que recebem e sempre voltam para buscar mais da mesma coisa.

Reclinando-se e acendendo mais um cigarro, ele começou a rir e disse:

– Vocês vão gostar desta. Há um mês, fui entrevistado num programa de rádio e me diverti muito. Seis das mais altas personalidades do mundo do rádio de Montreal e de Toronto, conversavam comigo. Tudo o que eu dizia parecia fasciná-los. Até eu ficava admirado com as minhas respostas improvisadas. Eu nunca havia sido tão sagaz. Gostei muito da atenção que me deram. Quase chegou a um estado de adoração. E mais, estavam o tempo todo tentando me decifrar. E quando nos despedimos, ainda não haviam conseguido.

Olhando mais uma vez para o relógio, ele disse:

– Companheiros, está ficando muito tarde. Que tal irmos para casa?

Enquanto esperava pela conta, George comentou:

– Esse meu sucesso é fácil de entender, uma vez que a pessoa compreenda o enorme poder dos espíritos e o processo envolvido em fazer com que esse poder funcione em favor de si mesmo.

Admirados com tudo o que ele nos contou, Roland e eu, pedimos que ele nos contasse mais a caminho de casa.


"Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol." Eclesiastes 9:5 e 6

I Surrender All


No vídeo a seguir, os músicos romenos Andrei Ionita (cello) e Gabi Brasov (piano) interpretam um belíssimo arranjo para o hino "I Surrender All" (Tudo Entregarei). Aproveite!



Movimento Emergente. O que exatamente está “emergindo”?

por: Pr. Douglas Reis

"Durante o culto, a congregação canta músicas com estilo pop endereçadas a Deus e fortemente temperadas com as palavras 'eu', 'você' e 'amor'. No sermão, o pastor pode falar sobre 'se apaixonar por Jesus'. Com ou sem a analogia romântica, o pregador gastará algum tempo sobre o tópico do amor de Deus. Mesmo em igrejas teologicamente conservadoras, você não ouvirá muito sobre culpa, sofrimento ou julgamento. Alguns pastores descreverão a vida de fé como uma 'busca' ou uma 'jornada', levando a pensar que a inquietude constante seja o marco da espiritualidade autêntica. Um membro da congregação pode contar a história de sua jornada de fé durante a liturgia. Mesmo em denominações protestantes, há muito conhecidas por suspeitas quanto à idolatria, você pode contar que estará presenciando algo visual, dramático ou até elementos ligados ao entretenimento na liturgia do culto. Seria algo como uma apresentação musical, uma encenação, um vídeo ou talvez uma liturgia elaborada, designada para apelar aos sentidos. Poderia até mesmo ser apenas uma história vívida ou o uso de humor no sermão. Pergunte aos membros regulares e eles lhe dirão alegremente suas partes favoritas do culto, do mesmo modo como eles falam sobre seus filmes, música e programas de televisão preferidos. Mesmo se a igreja oficialmente censura a combinação entre entretenimento e adoração, seus membros ainda tendem a se comportar como espectadores." Thomas E. Bergler, The juvenilization of american christianity (Grand Rapids, Michigan: Eerdmans Publishing, 2012), p. 1, 2.


O que exatamente está “emergindo”?

Nas últimas décadas, cresceu a preocupação entre os evangélicos em evangelizar as gerações emergentes. Em princípios da década de 1990s, surgiu o movimento da igreja emergente, que passou a substituir a “febre” das megaigrejas. Em parte, o movimento anterior, liderado por pastores como Bill Hybels (Willow Creek), já havia pavimentado o caminho para um cristianismo alternativo: seus ministros descobriram que o crescimento da igreja não era tão afetado pela pregação quanto por um tipo de serviço musical de orientação carismática. Assim, tencionavam atingir pessoas secularizadas.

Posteriormente, o estilo de louvor musical se tornou a marca da igreja emergente. Mas essa não é a única razão de sua expansão: o movimento cresceu graças à sua percepção a respeito das transformações culturais que o ocidente atravessa. Justamente nesse aspecto, nos deparamos com outro fator que preparou o caminho para a igreja emergente – a falta de respostas cristãs aos desafios intelectuais surgidos ao longo do século XX:

Na falta de respostas intelectuais à ciência moderna e aos desafios filosóficos às Escrituras, os líderes neoevangélicos crentes na Bíblia progressivamente acomodaram interpretações e ensinos da Bíblia aos ditames da ciência e cultura popular nas áreas de teologia, doutrinas, ministério e serviço de adoração. Aos poucos, os neoevangélicos encararam a secularização ao adotarem a modernista visão neo-ortodoxa da Escritura e secularizarem o louvor congregacional e a liturgia.

Atualmente, o movimento emergente representa “uma inquestionável voz dentro do cristianismo”, apesar de sua falta de homogeneidade. Sob o seu “guarda-chuva”, a designação ‘igreja emergente’ abriga movimentos e líderes cujas teologias e práticas ministeriais diferem umas das outras. Basicamente, o que une o movimento é a preocupação em atingir pessoas jovens, sem conhecimento bíblico ou filiação a uma igreja. Ou seja, “ao menos em princípio, se trata de uma igreja dirigida a jovens norte-americanos menores de 30 anos que não estavam vinculados a nenhuma igreja”. Esses cristãos, conhecidos como pós-evangélicos, não temem quebrar paradigmas – afinal, seu referencial são os novos tempos: “Evangélicos pensam sobre inteireza e credibilidade de sua fé na cultura do modernismo; pós-evangélicos pensam sobre inteireza e credibilidade de sua fé na cultura do pós-modernismo.”

Os esforços do movimento emergente visam a atrair um público tão envolvido com as novas tecnologias que dormiria em um culto cristão tradicional! O teólogo adventista Daniel Oscar Plenc assim caracteriza a metodologia dos emergentes:

O enfoque dessas igrejas está nos relacionamentos e se escolhe um aprendizado baseado na “narração”, as histórias simples, a imaginação e a “desconstrução” do dogma cristão. Em realidade, querem desconstruir a fé cristã. O que está claro é que a doutrina e a teologia perderam sua importância e que tudo o que pareça institucional lhes “soa” mal.

O sermão deixa de ser o ponto alto do serviço religioso. “A mensagem das Escrituras é comunicada por meio de um conjunto de palavras, artes visuais, silêncio, testemunho e histórias e o pregador é um motivador, que encoraja pessoas a aprender das Escrituras ao longo da semana.” As reuniões podem acontecer em igrejas ou lugares inusitados, como sótãos, garagens e bares – Theology Pubs. Para os emergentes, “o que se constituía uso apropriado das escrituras no período moderno não é mais uso apropriado no período pós-moderno”. Em partes, isso implica que temas controversos, como homossexualidade, ou que compõem a pregação tradicional cristã, como arrependimento, ira divina, julgamento, não são tratados pelos líderes emergentes.

Sua liturgia é bem eclética, incluindo “do rock and roll pesado aos hinos tradicionais, rituais antigos, disciplinas espirituais, estações cristãs e tradições judaicas”. Sobra espaço para contemplações místicas e expressões artísticas. A crença da igreja emergente é que Deus está presente em todas as manifestações da cultura. Desse modo, ocorre uma sacralização da cultura. A conexão com Deus ocorre por meio de “formas materiais, na cultura e na natureza”. Esse novo paradigma faz da adoração – em suas múltiplas formas – algo como a visão católica do sacramento. A pregação bíblica deixa de ser o elemento que leva à conexão com Deus, como na Reforma Protestante.

Aliás, D. A. Carson compara oportunamente o movimento emergente com a reforma protestante: os reformadores clamavam por mudanças, “não por perceberem que novos desenvolvimentos ganhavam terreno na cultura, sendo que a igreja estivesse chamada a se adaptar ao novo perfil cultural”; eles “perceberam que nova teologia e práticas se desenvolveram na igreja contrapondo a Escritura e, por conseguinte, tais coisas necessitavam ser reformadas pela Palavra de Deus”. Os líderes do movimento emergente “desafiam […] algumas das crenças e práticas do evangelicalismo” em nome de mudanças culturais, levando a um novo tipo de reforma, condicionado pela mentalidade dominante.

A revolução proposta pelos líderes do movimento emergente afeta “crenças evangélicas (teologia), identidade eclesiológica (renovando o centro do movimento evangélico) e práticas ministeriais (adoração)”, aculturando o cristianismo evangélico à mentalidade dominante (pós-moderna). Coerentemente com sua proposta liberal, o movimento adotou o método histórico-crítico de interpretação bíblica.

Em busca de alternativas bíblicas 

Lidar com questões contemporâneas exige muita cautela. Os desafios despertados não podem ser tratados de uma perspectiva pragmática e utilitarista. A igreja não deve aderir à ética terrorista, a qual advoga que “os fins justificam os meios”. Afinal, a maneira utilizada para atingir pessoas acabará repercutindo na imagem que elas terão da causa do mestre. Afinal, cristianismo sem discipulado não pode trazer crescimento espiritual. E o discipulado é a essência da grande comissão (Mateus 28:18-20).

Nesse sentido, Ellen G. White adverte os obreiros que:

“[…] enquanto estão trabalhando incansavelmente para cativar os ouvintes e manter seu interesse, simultaneamente eles deveriam cuidadosamente se guardar contra qualquer coisa que beire o sensacionalismo. Nessa época de extravagância e apresentações incomuns, quando homens pensam ser necessário fazer algo para garantir o sucesso, mensageiros são escolhidos por Deus para mostrar a falácia de gastar meios desnecessários para impressionar. Tanto quanto eles trabalhem com simplicidade, humildade, dignidade graciosa, isentos de qualquer traço de natureza teatral, seu trabalho deixará uma eterna impressão em prol do bem.” Ellen G. White, Testemonies for the Church, vol. 9, p. 110.

Textos extraídos do capítulo 17 do livro “Explosão Y – Adventismo, pós-modernidade e gerações emergentes” de autoria do Pr. Douglas Reis.

Acesse Música Sacra e Adoração e tenha acesso a esse capítulo na íntegra, incluindo as referências bibliográficas.

Misturando o sagrado com o profano

por: Eurydice V. Osterman, Doutora em Arte Musical.



A música associada ao mundo entorpece a mente apelando à natureza carnal e, portanto, evoca reações físicas que minimizam a contemplação intelectual que é necessária para discernir e entender preceitos espirituais. O dicionário Webster define “associação” como “algo conectado na memória à imaginação com uma coisa ou pessoa que forma uma ligação entre sensações, ideias ou lembranças”. Para ilustrar, quando são mencionados os nomes de Louis Armstrong, Ella Fitzgerald ou Duke Ellington, a mente automaticamente associa esses nomes com um estilo ou gênero de som musical específico chamado “jazz”. De igual modo, quando os nomes de Bach, George Beverly Shea ou Rolling Stones são mencionados, a mente associa automaticamente estes nomes à música barroca, sacra e rock respectivamente, e nem o som, nem o gênero, nem a fonte podem ser separados um do outro.

Esses estilos musicais têm seu ambiente próprio com os quais estão associados e são considerados impróprios quando fora do contexto. Por exemplo, uma igreja, um circo, um velório ou uma discoteca, todos criam seu próprio sentido, atmosfera, comportamento e característica musical do ambiente. Ouvir música de um funeral no circo ou música de discoteca num funeral seria totalmente impróprio ou fora de contexto. É exatamente isso o que acontece no caso da igreja. Para ilustrar, se o hino “Just When I Need Him Most” (Quando dEle Eu Mais Preciso) é tocado no estilo de Duke Ellington, é claramente “jazz”, o que não somente muda o significado do cântico, mas ainda pior, zomba de Deus porque não traz nenhuma semelhança aos atributos do Seu caráter como mencionado anteriormente.

[...] O sensacionalismo do profano não irá produzir espiritualidade. Se realmente o alvo for espiritualidade, então a mente deverá ser guardada e mantida longe de qualquer influência que a dirija na direção errada. Nossos pensamentos refletem o caráter do alimento provido para a mente, portanto, os pensamentos não deveriam ser alimentados com música que viesse a enfraquecer os poderes mentais e bloquear o crescimento espiritual.

[...] Se alguém julga que a música sacra é enfadonha e sem vida e necessita de ser “avivada” através do profano, esta é claramente uma indicação da condição espiritual do coração. O que é sacro não é para ser sensacional. “Que o pecador arrependido fixe os olhos sobre ‘o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’; e, contemplando, é transformado... quando O contemplamos no Getsêmani, suando grandes gotas de sangue, e na cruz, morrendo em agonia – quando vemos isto, não mais o próprio eu clama por atenções” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 439).


“Retirai-vos do meio deles, separai-vos...não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei.” Tiago 3:11,12

Dúvidas comuns sobre o Salmo 150

Quem compôs o Salmo 150? Quando ele foi escrito? Por que ele cita (verso 4) “Louvai-o com o tamborim e a dança”, sendo que nem a dança nem esse tipo de instrumento eram usados no Templo? 

Conheça as respostas a essas e outras questões, com o Pr. Gilberto Theiss – pós-graduado em Filosofia e autor de vários livros, inclusive na área de música e adoração.



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