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Vendo o invisível

por: Daniel Azevedo

"Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos." Hebreus 11:1

A fé parece ser algo difícil de praticar. Em situações extremas, é comum confiarmos somente naquilo que é visível, palpável. Mas o texto acima nos sugere um caminho inverso. Que tal exercitar a certeza sobre algo que ainda não aconteceu? Ou dar um passo à frente quando se está em completa escuridão?

Medo seria a palavra certa para descrever o que sinto quando penso a respeito. E se, apesar do medo houver uma garantia, uma promessa, como "não se assuste, apenas confie"?

Um dia decidi experimentar essa nova maneira de encarar as coisas, confiando em algo que não via e crendo que tudo estava sob controle, mas não sob o meu controle. Escolhi acreditar que, em meio aos problemas, a minha impossibilidade era a oportunidade para Deus agir.

Em 2005, após abandonar os palcos, permaneci apenas ministrando aulas de contrabaixo durante um bom tempo. Minha estabilidade financeira foi bastante abalada nesse período, me obrigando a simplificar hábitos e resumir despesas.

Acreditei que deveria buscar um novo caminho profissional distante da música, pois não pretendia mais me envolver com o meio artístico. Decidi retomar os estudos e cursar uma faculdade de história ou psicologia. Ao mesmo tempo, procurei exercitar a fé, esperando e crendo que Deus mostraria a melhor solução para todas as coisas, no tempo certo. E, de fato, Ele reservava grandes surpresas para mim.

“Invoca-Me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.” Jeremias 33:3

Após várias tentativas frustradas de mudar o curso das coisas, percebi que as circunstâncias me conduziam sempre de volta para a música. De repente, o número de alunos começou a aumentar muito. Jamais tivera tantos alunos de contrabaixo num mesmo período.

Nas escolas de música onde atuava, eu convivia com muitos professores. Um dia, numa reunião pedagógica, notei que estava ao lado de profissionais com formação superior em música. Alguns eram bem mais velhos do que eu e dedicavam-se à educação musical com seriedade e prazer. Até então, eu jamais havia priorizado meu trabalho como educador, mesmo tendo exercido essa função há anos. Sempre fui um instrumentista que, nas horas vagas, ensinava música. Mas ali estava um grande grupo de pessoas que havia construído uma trajetória profissional através da educação musical.

Então, foi como se uma voz sussurrasse aos meus ouvidos:

“Daniel, o que o impede de prosseguir nessa direção? Você já é um músico e ministra aulas há mais de dez anos. Olhe para os seus colegas. São professores felizes e bem-sucedidos. Eu sei que a música é a sua paixão. Confie em Mim.”

Imediatamente, comecei a coletar informações sobre cursos de música, além de conselhos sobre o assunto com colegas mais experientes. Orei bastante sobre esta decisão. Em poucos meses, eu realizaria uma prova e seria contemplado com uma das duas bolsas de estudos oferecidas naquele ano para o curso de licenciatura em música, por uma universidade privada de Porto Alegre.

O caminho até aqui havia sido aberto muito rapidamente. Era clara a direção de Deus em todos os momentos, desde o aumento no número de alunos até os resultados da prova, a classificação e o ingresso na faculdade. Era possível perceber Sua providência e orientação. Mas as respostas não pararam por aí.

Na faculdade, tive contato com áreas da música que eram inexploradas para mim, como o canto coral, a regência e a prática de flauta doce, entre outras atividades pedagógicas. Após dois semestres, fui indicado para trabalhar como professor de musicalização infantil e canto coral em uma das maiores escolas da Rede Adventista de Educação do sul do país.

Perceba a ordem dos fatos. Uma coisa não seria possível sem a outra. Sem o preparo acadêmico, eu não poderia desempenhar tal função. Nem mesmo haveria contratação. Tudo isso seria mera coincidência?

Hoje percebo os planos de Deus se cumprindo em minha vida, no meu trabalho como músico e professor, à frente de vários projetos musicais que têm beneficiado muitas pessoas. Deus me preparou para algo novo, com que eu jamais sonhara. E certamente, Ele tem planos incríveis para você também. Basta ter fé nAquele que tudo pode. Experimente! Dê o primeiro passo.

"Não temas porque Eu sou contigo; não te assombres porque Eu sou o teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10

A música e o sobrenatural I

por: Daniel Azevedo

“Levou-lhe ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e Lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” Mateus 4:8 e 9 

Houve um tempo em que, buscando o sucesso pessoal e profissional como instrumentista, desejei tocar ao lado de músicos famosos. Na época fui indicado para acompanhar um artista conhecido, mas antes de ser chamado, soube que já havia outro baixista em meu lugar.

Uma pessoa próxima costumava frequentar uma casa onde consultavam espíritos e, segundo diziam, faziam somente o bem. Então, esses espíritos me enviaram um recado por essa pessoa, dizendo que, para conseguir o que eu desejava, ou seja, obter um lugar de sucesso junto a um renomado artista, eu teria de seguir algumas instruções especiais.

Eu deveria, segundo eles, realizar rituais na minha própria casa, utilizando velas, cinza, ervas e outros ingredientes estranhos durante alguns dias, sempre num horário determinado. Diariamente, após o ritual, deveria sair e jogar toda a sujeira na rua.

É claro que, no primeiro momento, achei tudo isso um completo absurdo. Não chegaria a tal ponto de me sujar com cinza e outras imundícies. Mas por outro lado, eu já vivenciara experiências semelhantes durante a infância e restava ainda em mim um resquício de fé nos espíritos. Aprendera quando criança que havia espíritos “bons” e “maus”. E desta vez, as instruções pareciam vir do lado “bom”.

Havia também o desejo de "me dar bem", de ser um músico bem sucedido. Afinal, o que os outros iriam pensar? Certamente muitos desejariam estar no meu lugar e invejariam o meu novo “cargo”. Eu não poderia perder aquela chance por nada.

Assim, demonstrando fé na existência de espíritos de pessoas mortas, bem como no seu suposto poder de controlar o futuro, me submeti às suas ordens e cumpri uma série de rituais, sempre movido pela cobiça.

No dia seguinte à última sessão de rezas e velas acesas, o telefone tocou. Era o próprio cantor me convidando para formar a banda que o acompanharia nos próximos shows. Surpreso com o chamado, tive uma falsa sensação de conquista pessoal. Não entendia, na época, como as coisas poderiam ter acontecido tão rapidamente, mas associava os resultados à experiência com os supostos espíritos.

Muitos artistas atingem o topo de suas carreiras através de métodos semelhantes. Alguns se submetem a provas de fé realmente degradantes, como por exemplo, exumar um cadáver e comer carne humana. Já passaram das primeiras etapas, onde realizaram coisas mais simples . Precisam então se aprofundar mais e mais no relacionamento com os espíritos provando, mediante suas exigências, o quanto realmente creem neles. Não importa o quanto tenham de se rebaixar, o desejo pelo sucesso está acima de qualquer coisa.

Quem são esses espíritos que imitam pessoas já falecidas, muitas vezes personificando nossos próprios entes queridos? São eles realmente quem dizem ser? Nos textos abaixo percebemos que, de acordo com a Bíblia, não há vida após a morte.

“... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” Hebreus 9:27

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5-6

“Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios.” Salmos 146:4

As Escrituras são claras com relação à natureza desses enganos e revelam a verdadeira identidade dos espíritos.

“Houve peleja no céu. Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.” Apocalipse 12:7-9

A palavra Miguel significa “Aquele que é como Deus”. Na Bíblia, se refere sempre à pessoa de Jesus Cristo. Assim, compreendemos que os chamados “espíritos” são, na verdade, anjos que após grande rebelião foram derrotados e expulsos do céu, juntamente com seu líder Lúcifer, aqui simbolizado como um dragão.

Estes anjos caídos, que podemos chamar de demônios, estão ao nosso redor e interferem na nossa vida como se fossem entidades ou espíritos de mortos. Para muitos, porém, eles se revelam de forma bastante direta, sem disfarces.

A partir do momento em que revelamos fé nestes seres através da obediência e da adoração, permitimos sua operação em nossa vida. Então, fazendo parecer que estão no controle de acontecimentos futuros, manipulam as circunstâncias para que se cumpram suas predições. Criam uma relação de troca de favores, oferecendo prosperidade, fama e fortuna se os adorarmos como se fossem deuses.

Aos poucos, percebi o quanto estava enredado nestes enganos, dando crédito a uma farsa. Pouco tempo depois, tomei a decisão de me desligar daquele trabalho.

Hoje percebo que há um caminho melhor para alcançar realização. Falo de um prazer maior do que aquele que o mundo oferece, pois com o dinheiro e os aplausos permanecia o vazio de um sucesso passageiro, sem significado ou propósito.

Há um prazer duradouro quando adoramos e servimos ao verdadeiro Deus, quando nos sentimos como instrumentos em Suas mãos. Há paz e descanso quando submetemos nossos sonhos à sua vontade, pois Ele certamente cuidará de tudo, no Seu tempo.

“Não terás outros deuses diante de mim.” Êxodo 20:3

“Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor [...]” Deuteronômio 18:10-12

MÚSICA E CONTEMPLAÇÃO
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